terça-feira, dezembro 12, 2006

Bolsas, Esmolas e Vagabundagem
Image Hosted by ImageShack.us
O título da reportagem: "Usuário do bolsa-família recusa emprego"
Jornal: "A Tribuna" de Santos, Caderno C, página 1, de 10 de dezembro.
Resumo da matéria: Em vários Estados do Norte e do Nordeste, trabalhadores estão recusando ofertas de emprego com medo de perder o benefício citado.

"O brasileiro é um povo trabalhador"
. A frase é muito conhecida, e tida por alguns como verdade absoluta, mas eu, pessoalmente, creio ser totalmente falsa. É lógico que para toda regra, há exceção... mas falemos, neste post, do que parece ser a regra hoje em dia.

Já estamos acostumados às falcatruas dos governos em geral. Escândalos se repetem há anos. Desvio de verbas do orçamento é fato corriqueiro. Pessoas que deveriam se pautar pelos princípios da moralidade, legalidade e eficiência, entre outros, rendem-se as maracutaias e fraudes contra o erário.

Membros do Poder Executivo, Legislativo e, infelizmente do Poder Judiciário e Ministério Público (este, o último a se render, pois até então, era o fiscal da lei, segundo uma de suas atribuições constitucionais) dedicam-se aos seus interesses pessoais, custe o que custar. Vale até mesmo vilipendiar a Constituição na busca dos mais vis objetivos.

Mas ao que parece, e a julgar pela reportagem, a degradação e aviltamento da honestidade não para nos escalões do funcionalismo público, mas alastra-se no seio da população em geral. É o caso de alguns que recebem a tal da bolsa família (sem mencionar quem a recebe, mas não tem direito): ora, por que trabalhar se o Governo nos sustenta?

Já disse antes, e torno a dizer: não será através deste tipo de benefício que iremos rumar para uma sociedade mais justa e solidária. O negócio é ensinar a pescar, e não fornecer o peixe.

A sociedade está repleta de exemplos do dia a dia: o brasileiro fica feliz quando o caixa da padaria erra e dá o troco a mais. O brasileiro, parado por um policial rodoviário, fica feliz quando este abre espaço para uma “conversinha”, no intuito de não multá-lo por alguma infração de trânsito.

É um paradoxo, pois ao mesmo tempo em que se sente revoltado pelas notícias de corrupção vindas da Capital Federal, se puder fornecer uma “caixinha” ao guarda para não ser multado, não pensa duas vezes.

É lógico, sempre existirão exceções. Há pessoas, que apesar de humildes, priorizam a honestidade e a retidão de caráter, como o caso, por exemplo, dos garis que acham malas de dinheiro e as devolvem. Aliás, é pela degradação dos valores que notícias como esta chamam tanto a atenção da mídia: Devolver o que é dos outros?!!! Peculiar, não!?

Voltando ao tema. É o que eu sempre temi, as “bolsas” fornecidas pelo Governo (e o assunto aqui não é o Governo deste ou daquele partido, mas os Governos) estão fomentando uma legião de vagabundos e estimulando o sub emprego, pois estes “bolsistas” preferem catar latinhas ou papelão nas ruas à trabalhar com carteira assinada...

Bolsas? Para este Defensor, só as de estudo...

17 comentários:

Anônimo disse...

Não é só no Brasil que isso acontece. Também em Portugal há muita gente que recusa trabalho pois os subsísios que recebem são mais vantajosos.
Como dizes, dever-se-ia ensinar a pescar e não dar o peixe.
Não sei se também por aqui haver um descrédito muito grande em relação aos políticos, as pessoas querem aproveitar ao máximo os recursos do Estado. Como os políticos não são honestos, o povo também não o é... Mas com essa mentalidade, o país não pode ir a lado nenhum.

Beijo grande.

Blogildo disse...

"Se alguém não quiser trabalhar, tampouco coma" (2 carta aos Tessalonicenses cap.3, vers.10)

Anônimo disse...

Estás coberto de razão quando dizes: "O negócio é ensinar a pescar, e não fornecer o peixe".
Aqui em Portugal também há muitas pessoas que fazem tudo para estar em casa à conta de todos nós que trabalhamos e descontamos para eles...
Mas este assunto dava pano para mangas... É demasiado revoltante.
Beijinhos!

@David_Nobrega disse...

Defensor em dia de David? hehehhe

Meu velho, discutimos isso por aí há um tempinho atrás, lembra? Era esperado que isso acontecesse.

Paulo disse...

Obrigado pelo comentário lá no "filhosdeumdeusmenor". Respondi-lhe lá.
Abraço
Paulo

Ricardo Rayol disse...

Tem dois aspectos. No primeiro devemos imaginar o qunato os empregadores querem pagar para ter a mao de obra. Se aumentam custos por causa do piso-esmola o governo deveria dar a contrapartida tributária. No outro aspecto é a indolencia mesmo.. pra que ralar no sol se se pode ficar em casa naquela vidinha modorrenta?

Suzy disse...

Excelente o seu post.
Enquanto isso, a taxa de mortalidade infantil nos deixa atrás até de El Salvador e República Dominicana, como também aumentou vergonhosamente o trabalho infantil...
"bola-voto-de-cabresto-doséc-XXI"!
Um abraço

Anônimo disse...

E até a de estudos não são valorizadas por aqueles que se beneficiam delas.
Também acho que as bolsas oferecidas pelo governo fomentam legiões de vagabundos, afinal pra que me matar de trabalhar o dia inteiro se posso tomar umasinha no bar, ver tv o dia todo com meu salário doado.

Beijos de chocolate.

Defensor disse...

Cara SSRJ: se apareceres por estas bandas gostaria de te falar que está impossível comentar em seu blog...

Blogildo: cara, você é uma Bíblia ambulante. Espantoso!

Angela e Vera: não posso dizer que fico contente por isso não acontecer só aqui no Brasil, mas não deixa de ser um consolo saber que mesmo em paises de 1° mundo tal fato lamentável também acontece. O ideal era não acontecer em nenhum lugar. Acho que o problema está no ser humano...

David e Rayol: infelizmente sempre espero o melhor do ser humano. Fico triste em saber que um benefício possa substituir a dignidade de um trabalho.

Alkimistas do Brasil: este será um tema para outro post, com certeza.

Mestre: estamos aí...

Bruxinhachellot: infelizmente o que dizes é verdade.

Anônimo disse...

Estou a ver que isto é uma praga que se alastrou um pouco por todo o mundo. Cá em Portugal há o rendimento mínimo garantido, para essas pessoas que supostamente teriam muitas dificuldades; há cursos financiados pela União Europeia, em que os desempregados recebem o ordenado minimo nacional; e há bairros sociais com casas dadas pelos presidentes da Câmara.

Nesses bairros, apesar de serem "pessoas necessitadas" só se vê BMW e Mercedes estacionados à porta; nesses cursos, vê-se pessoas a colecionar cursos atrás de cursos, usá-los para trabalhar, nem pensar; o rendimento minimo garantido é apenas um incentivo à preguiça e ao ócio.
E eu que trabalho, tenho de descontar para esta gente toda...

Defensor disse...

Atenção todos os blogueiros que têm a versão beta: Está impossível comentar em vossos blogues!

Suzy disse...

Defensor, o que mais me enlouquece, no meio de tanta lama e podridão, como você já comentou lá no blog, é sentir a orfandade política diante do CONCHAVO que elles querem "coalizão".
Um abraço

Anônimo disse...

Perfeito.

Não mudaria uma vírgula.

O negócio é ensinar a pescar, e não fornecer o peixe.

Isso diz tudo, o q vem de graça perde o seu valor.

Essa cultura do "jeitinho" e do "levar vantagem" deteriorou a moral nacional. O brasileiro se tornou individualista e perdeu a capacidade de pensar no TODO.

Os artistas deram o "exemplo" agora em Brasília, querem subsídios maiores a "sua arte". Todos milionários e incapazes de se dar conta q esse dinheiro q ganham, sai de nossos impostos duplamente. Um absurdo !

Mas esse é o Brasil q os brasileiros querem consertar, contando q não mexa nos bolsos deles.

Anônimo disse...

Brasileiro é trabalhador.Trabalhar com o calor que faz aqui, com o solão na cabeça , com o transporte difícil e horário de verão não é para chamra de vagabundo.Em uma população de 180 milhões , 3 milhões não é nada.

Anônimo disse...

Tentar minimizar o sofrimento so nos mostra o quanto somos impotentes diante dele, mas quem sabe la no ceu eles teram um tempinho de suas penas reduzidas...

Anônimo disse...

O foda não é isso, apesar de concordar que não é dando o peixe que a pescaria será melhor.

Entra ano, sai ano, é sempre a classe média ou os pobres que tem de repartir!
Você nunca vê esses bando de políticos, empresários de multi-nacionais ou "otoridades" abrir mão de nada, é sempre querendo mais e mais.

Não é a toa que esmola tem de ser fornecida, para que isso se perpetue.

Anônimo disse...

Olha a justiça é tão porca q não adianta queremos mostra para as familias famita q essa bolsa pode acabar assim q essa mafia quizer pois o mais importade eles conseguiram foi o voto , e falando o Potugues direto tem muita gente q aceita por não gosta de pegar no pesado conheço muitas pessoas q recebe faz ,filho obrigo a ir a escola por causa da bentida bolsa sera q vale apena se humilhar a tanto por tão pouco ,essa é a questão essa mafia só procura pessoas q nuncam tiverão uma chance na vida embora tenha aquelas q sabem q estão sedo passada para traz é não se importo pois querem fugir da obrigação de acorda cedo para ir ao trabalho de dignidade.
Talvez eu tenha fugido do assunto mas é assim q eu vejo as coisa q vem do nosso governo etc...
Se quizeres me criticar eu aceito.
Cris Palmares.