segunda-feira, janeiro 15, 2007

No Caminho com Maiakovski
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...
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
...
Dossiê Maiakovski

42 comentários:

Defensor disse...

Essa é para continuar a série "flagelo da alma" iniciada com o post "O Povo como Terceira Via".
Adoro Maiakovski, apesar de ele ser comuna...

Sujeito Oculto disse...

Vou linkar seu blog. Adorei esse post.

Suzi disse...

Nossa, que esse texto eu simplesmente AMO!!!

Blogildo disse...

Já pisaram nossas flores e mataram nosso cão. E agora? O que falta?

Abraço!

Anônimo disse...

Cortar nossas gargantes oras... ah Onildo...

Anônimo disse...

Cortar nossas gargantes oras... ah Onildo...

Defensor disse...

David: espero que isso não aconteça!

Blogildo: contanto que eles não nos arranquem a voz, como está na parte final do poema, tudo estará bem. A pior tirania é aquela que suprime, total ou parcialmente, o direito de expressão e a manifestação do pensamento...

Sujeito Oculto: volte sempre, mesmo quem quer se ocultar aqui é bem vindo, he he!

Suzi: então sabes que aqui só está uma parte deste poema...

Clarissa disse...

Defensor... não conheço este poema, ou o seu contexto específico,mas sei que a cada dia algo nos é roubado, direitos adquiridos, dignidade, respeito... é um roubo que acontece migalha a migalha, quase imperceptível para o cidadão menos atento... e vemos meninos a quem foi roubada a infância e vivem na rua, ou trabalhar, ou prostituir-se... e roubam as vidas e escravizam eseduzem e compram... resta-nos a nós, que ainda temos voz, o dever de gritar bem alto e denunciar que todo o Homem tem direito à dignidade... e agir, e exigir, e lutar, por todos os que não o podem fazer...

Um abraço, grata pelo poema

Clarissa disse...

Defensor... Obrigada pelo carinho que deixaste lá nos Instantes... obrigada :)

Defensor disse...

Clarissa: eu é que agradeço a oportunidade de ter te conhecido. Você realmente é muito especial. Aprecio intensamente vossos comentários!!!

Roça disse...

Se o povo soubesse o quanto ele(povo) pode, nós é que arrancaríamos a voz das gargantas delles...

Ricardo Rayol disse...

Interessante vc tocar no assunto. Conheço alguem que vai postar uma grande análise sobre ele.

Defensor disse...

Roça coisa é outra limpa: CONCORDO!!!

Mestre Splinter: como eu já escrevi ao Blogildo, desde que não queiram nos calar, nossa voz ecoará forte enquanto houver injustiças e outros descalabros. Devemos resistir, protestar... cobrar um mundo melhor junto aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Liberdade de manifestação e pensamento é sagrada!!!

Como já disse Voltaire: "Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-la."

É nisso que acredito.

Defensor disse...

Rayol: não deixe de me avisar!!!

Anônimo disse...

Simplesmente A-M-O esse poema !!! E cada vez que o leio me emociono de alguma forma... Bela escolha! E tem tudo a ver com o que estamos passando... como cidadãos e como indivíduos, não é mesmo?
um gde abraço,

Eärwen disse...

Nossa voz não pode calar nunca!
Lembro aqui uma frase que para mim marcante: " o homem pode matar uma, duas, três flores mas não consegue deter a primavera".
Agradeço o carinho das visitas e deixo-te um carinhoso abraço.
Eärwen
16.01.07

Defensor disse...

Renata: por isso mesmo que postei este trecho do poema, logo após dois posts "pesados"...

Eärwen: equanto a primavera continuar chegando, tudo estará em ordem!

o alquimista disse...

Que a voz se faça sempre ouvir até nas rempestades...e as flores não devem ser apanhadas...

Abraço

Defensor disse...

O Alquimista: amém!!!

[[cleo]] disse...

Olá Defensor!
Este poema é simples e poderoso!
Já o conhecia, só não sabia de quem era.
Há que estar atento, para que, de alguma forma, nos possamos prevenir e não deixar que nos arranquem a voz da garganta!
Pelo menos tentamos...

Beijinho soprado

Ricardo Campos disse...

Caro Defensor

Não conhecia o poema, mas o achei absolutamente pertinente à nossa atual realidade. Realmente as palavras são poderosas porque atingem exatamente aquilo que eu procuro evitar: a resignação. À luta, sempre!

Ricardo Safra, estudante de Geografia

david santos disse...

Olá!
Até já mataram. E agora?
Parabéns, Defensor.
Até sempre.

Flávio disse...

Eu não conhecia. Sensacional! É o que vem acontecendo conosco, desde que nos tornamos reféns do crime organizado, não? Obrigado por me apresentar, viu? Abraço grande.

Flávio disse...

Só pra complementar... tô linkando teu blog, OK? Vale a pena!

Anônimo disse...

Muito boa essa metáfora! De facto, tanto as pessoas, como os animais, só têm o poder que nós lhes damos, ao calar, ao consentir, no que quer que seja... Beijinhos, mil

Suzy disse...

Agora que tudo já foi pisoteado, aguardo você no 'happy hour' que estou oferecendo...
Abs

Anônimo disse...

Pois é, por isso não transijo e não tenho pena.E vê-se que a questão é filosófica.

Viole†† disse...

hummm eu aprecio

e bastante ^^

me coloca nesta listinha vip ae!

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

kiss!! =*

Anônimo disse...

Gostei muito, apesar de um pouco assustador, serve para reflectir. Então não é isso que se passa exactamente agora?
Parabéns!

Beijinhos

Anônimo disse...

Enfim, o que nos falta é o que já sabiamos que poderia acontecer, mas a maioria parece preferir ver para crer, ou simplesmente não crerá até os dois últimos segundos de voz, ou mesmo vida...

Anônimo disse...

Gosto muito do Maiakovski, tenho pena da persegição stalinista que o levou ao suicídio. Aqui saiu a NYer com o Idiota vestido de Nero com chamas ao fundo. Os boatos são de invasão do Irã e da Síria.

O que sei é que há um despertar, que é bom. Veremos. Minha Net voltou e aí estou, a visitar.

Courtney te manda um beijinho. :P

Luna disse...

Tanto devemos ser penalizados por falar de mais como por calar quando devemos de falar
***

Anônimo disse...

Taí Defensor, trouxe Maiakovski pra realidade brasileira ... parabéns!!


Bjos

Anagwen disse...

"Não importa o que me possa acontecer por andar ombro a ombro com um poeta soviético. Lendo teus versos, aprendi a ter coragem."

Viva a liberdade de expressão (e a utopia?!...)

Um beijo

Anônimo disse...

BLOGAGEM COLETIVA

Demonstrando a nossa indignação e IMPARCIALIDADE faremos um movimento coletivo exigindo urgentemente uma CPI DO METRÔ DE S.PAULO.
Os que forem favoráveis se pronunciem que enviaremos as regras, datas e posts.

Isabel disse...

Maiakovski excelente tambem adoro.

Assim nos explicou porque devemos dizer.
falar.
defender a nossa liberdade
a nossa palavra
os nossos valores
os que amamos
a nossa beleza
o nosso amor
o nosso ser

A voz não deve ser calada e a força não pode ser enfraquecida...
a luz não pode ser escurecida nem o medo pode andar á solta.

Senão quando quisermos gritar não temos voz nem força.

Viveremos na escuridão numa cas fechada habitada pelo medo.

Adorei.

Até breve.

Isabel

Dark-me disse...

Neste momento encontro-me assim...já sem voz na garganta!!!

Dark kiss

Jorge Sobesta disse...

Defensor,

Cabe como uma luva!


Um abraço.

Anônimo disse...

Viva Maiakovski! Um gênio! Abração.

Klatuu o embuçado disse...

Caro Defensor, há grande discussão acerca da autoria desse poema... Maioritariamente o autor é considerado um conterrâneo teu: Eduardo Alves da Costa.

http://www.revista.agulha.nom.br/autoria1.html

http://www.umacoisaeoutra.com.br/literatura/falsos.htm

http://paginas.terra.com.br/arte/PopBox/neumanne.htm

http://geracaobooks.locaweb.com.br/releases/?id=55

Abraço!

Klatuu o embuçado disse...

http://www.revista.agulha.nom.br/e2alves.html

Defensor disse...

Klatuu: OBRIGADO!!!! Farei uma retificação! Afinal de contas, sempre gostei desse poema com sendo do russo, que dirá sendo de autoria de um brasileiro!!!!!