domingo, fevereiro 25, 2007

VEM FORTE
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Vem forte, a luz
É o começo, a eternidade
Brilho intenso
Cega a visão
Ilusão de vida e vontade
Atinge o homem e o cão

Vem forte, a dor
É a derradeira oração
O ato final
Um mundo sem cor
Atinge o coração
E deixa destroços
Um baú de ossos

Vem forte, a adaga
É o fim, a despedida
Mera lembrança
Existência amarga
Uma vida perdida
Ceifada, despedaçada
Mas nunca esquecida

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

DOCE DESEJO
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Essa vontade é paixão
Esse amor é furacão
Com ar de mistério
Profundo evangelho
É delírio sufocante
É desejo lancinante
De te ver
De te acolher
De te abraçar
De te devorar...

Tua ausência
Minha dor
Tua presença
Meu estupor
Teus lábios
Doce sabor
Teus beijos
Meu licor

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

CONFIA SEMPRE - Uma mensagem aos que acreditam no bem.
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Post em homenagem à Clarissa
Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.

Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue para frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo.

Crê e trabalha. Esforça-te no bem e espera com paciência.

Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá.

De todos os infelizes, os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmos, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo.

Eleva, pois, o teu olhar e caminha.

Luta e serve. Aprende e adianta-te.

Brilha a alvorada além da noite.

Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te tormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte.

Não te esqueça, porém, de que amanhã será outro dia.

Meimei, psicografado por Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

DIREITOS HUMANOS: DIREITOS DE BANDIDOS?
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Recentes episódios de violência e barbárie acenderam, de novo, o debate em torno do que fazer para conter a criminalidade, além da crítica aos Direitos Humanos, que na visão de alguns, só serviriam para proteger bandidos.

Neste modesto texto, proponho-me a desmistificar tal concepção, totalmente equivocada do real sentido e valor que têm os Direitos Humanos em nosso ordenamento jurídico-constitucional.

Então, antes de comentar e me xingar, leia este texto até o final, e aí sim, emita uma opinião.

Infelizmente, hoje em dia está cada vez mais difícil falar em Direitos Humanos sem ser mal compreendido. A maior parte das pessoas associa esses direitos fundamentais inerentes a todo ser humano à imagem dos bandidos. Tal erro deriva do fato da mídia referir-se aos Direitos Humanos apenas quando são violados os direitos dos criminosos.

Em verdade, o ativismo dos direitos humanos começou a ganhar força no Brasil na época da ditadura, tendo em vista as detenções e prisões arbitrárias daqueles que se opunham ao regime de exceção.

A ditadura já se foi há algum tempo, mas a imagem dos Direitos Humanos ainda continua a ser associada tão somente aos direitos dos criminosos.

Afinal, o que são os Direitos Humanos?

Os direitos humanos estão, inegavelmente, ligados aos aspectos mais importantes da vida do ser humano. A idéia central e que fundamenta toda a concepção dos direitos humanos é a dignidade do ser humano. Cumprem eles um desempenho de proteger o ser humano contra o arbítrio do Estado, bem como de assegurar condições mínimas de existência digna.

Partindo dessa concepção, toda a vez que se fala em direitos humanos, estamos falando de direitos fundamentais, embora as expressões não possam, em termos técnicos, serem consideradas sinônimas.

Esses direitos humanos fundamentais são todos aqueles reconhecidos nas Constituições, que tem como fundamentação a dignidade da pessoa humana, sendo este um dos fundamentos de nossa República, confr. art. 1°, inciso III, de nossa Carta.

A dignidade nasce quando nasce a pessoa. Todo ser humano é digno. Essa característica é intrínseca a todos nós. No entanto, no decorrer de nossa vida, fazemos opções, que devem ser respeitadas também: devemos ser respeitados por nossos pensamentos, por nossa consciência, em nossa intimidade. Todos esses aspectos são atributos de nossa liberdade, que compõe a dignidade.

Mas não é só.

Gosto de exemplificar os direitos humanos, citando o clássico art. 5°, e todos os seus incisos, da Constituição da República.

Na cabeça do art. 5° estão contemplados o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Em seus 78 incisos estão previstos diversos direitos e garantias, estas entendidas como os instrumentos – ações – para a consecução dos direitos, tais como o Habeas Corpus e o Mandado de Segurança.

Tomemos como exemplo, nós, blogueiros, que externamos nossos pensamentos através de críticas, opiniões e crenças. Estamos protegidos pelo direito fundamental (que faz parte dos Direitos Humanos, portanto) esculpido no inciso IV, que diz: “é livre a manifestação de pensamento, sendo vedado o anonimato”.

Sobre os direitos humanos previstos na Constituição que garantem benefícios aos réus em processos criminais, posso afirmar, sem medo de erro, que se eles não estivessem previstos, muitos erros judiciários seriam cometidos.

Sei do que estou falando, pois já fui processado criminalmente, de forma injusta, frise-se. A história é longa para estas poucas linhas, mas em resumo: de vítima, por incompetência policial, e desatenção (pra não dizer incompetência) do Promotor, passei a ser réu. Fui agredido com uma faca e agi em legítima defesa defendendo minha integridade física. Se não houvesse o benefício da dúvida a favor do réu (também um direito humano) eu seria, erroneamente, condenado por lesões corporais. Então todas as garantias previstas, pelo menos em sede constitucional, são justas e fazem parte do ordenamento jurídico de todo o país civilizado.

Veja: estou falando de direitos e garantias, e não privilégios. Privilégios, quaisquer que sejam, são odiosos, e não merecem prosperar.

Os Direitos Sociais (art. 6° da Constituição) também estão inseridos nos Direitos Humanos. Então quando defendemos que todos devem ter direito à educação, à saúde, ao trabalho, à moradia, ao lazer, à previdência social, entre outros, estamos falando de Direitos Humanos.

Também os Direitos Políticos inserem-se no contexto dos Direitos Humanos, assim como o direito a um meio ambiente saudável e os direitos dos povos indígenas.

Devemos nos lembrar que o primeiro passo para a instauração dos governos ditatoriais é a supressão dos direitos e garantias individuais. A Alemanha Nazista é o exemplo clássico.

Nesse aspecto, ressalte-se que a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1948 foi uma resposta das Nações Unidas à barbárie perpetrada pelo regime do fhürer contra milhões de judeus, homossexuais e ciganos. A partir de então, esses direitos fundamentais humanos passaram a fazer parte das diversas constituições dos países do mundo.

Direitos Humanos, então, são os direitos básicos de todos nós. É por isso que toda a vez que vejo alguém falar que os Direitos Humanos mais atrapalham do que ajudam, sinto um arrepio na espinha, pois sem a previsão deles em nossas Leis, o Estado pode fazer de nós o que bem entender.

Para finalizar, imagine que um dia você está saindo de casa e, inadvertidamente, a polícia te prende sem uma acusação formal de qual foi o seu crime (Leiam Kafka, O Processo), ou ainda, você é preso sem que tenha, efetivamente, cometido qualquer delito. Pois é... se não tivéssemos a garantia fundamental do Habeas Corpus previsto na Constituição, provavelmente você ficaria preso injustamente...E não se esqueça que, enquanto isso, você estaria numa cela com mais 80, 100 deliqüentes, sendo tratado como tal.

Por derradeiro, inúmeras vezes os direitos das vítimas de crimes só são concretizados com a atuação de órgãos de ativismos dos Direitos Humanos, ou mesmo através da assistência do Poder Público, quando presta assistência psicológica, jurídica e social, conforme estabelece o art. 245 da Constituição.

Então, amigo, separe o joio do trigo e, antes de falar que os defensores dos direitos humanos deveriam morrer, ou que simplesmente não deveriam existir direitos humanos, lembre-se que com esta assertiva, você está querendo que sejam suprimidos o direito à saúde, à liberdade, à igualdade, entre outros.

Defendo os Direitos Humanos até a morte, pois sem eles não vale a pena viver...

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

REFÉNS
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"O mal se espalha rapidamente".

A assertiva é válida e encontra fundamento na ganância e perversidade dos homens. Outro dia, estava assistindo a um telejornal, e uma notícia me chamou a atenção: Grupos para-militares estavam "fazendo a segurança" nas favelas do Rio de Janeiro. A tática desses grupos é simples: armados, expulsam os traficantes, sob o pretexto de banir o tráfico de drogas e proteger os moradores de determinada região. A idéia, num primeiro momento, até poderia soar como interessante, uma vez que o Estado, encarregado de proteger seus cidadãos, não o faz adequadamente.

Não fosse por um pequeno detalhe: esses "benfeitores", na verdade, cobram dos moradores do local "protegido" uma "taxa de segurança".

É o famoso "trocar seis por meia dúzia". Troca-se o traficante pelo segurança, e os moradores do local continuam a ser achacados, humilhados e pisoteados em seus direitos, pela total ineficácia do Estado em garantir a segurança pública.

Ao assistir a reportagem, pensei comigo - Logo, logo esta "novidade" irá se espalhar, assim como tudo o que é nefasto. Não demorou nada e, em notícia veiculada pelo Jornal A Tribuna de Santos, do dia 4 de fevereiro, Caderno A-6, lê-se: “Zona Noroeste. Milícias Armadas Assumem Segurança”. Nesta matéria, o jornalista Marcel Cordella, expõe que neste Bairro de Santos, os moradores e comerciantes, cansados da ação dos marginais, pagam para manter seguranças, e agora pasmem: essas milícias, na maior parte dos casos, são formadas por policiais militares em período de folga!

Pergunto: até quando nos veremos reféns desta insegurança pública que atinge nosso país? Será que, quem está no poder, não percebe as verdadeiras causas deste assolador problema? Toda a vez que vejo algum político tratar do tema da segurança pública, sempre bate na mesma tecla: aumento de pena. Em minha modesta opinião, isto, por si só, não resolve nada. Pode ajudar, mas não resolve a questão definitivamente.

Só teremos segurança quando forem resolvidos, ou minimizadas, as desigualdades sociais. Só teremos segurança quando o país voltar a crescer, de modo que o jovem, consiga um trabalho honesto.

Só teremos segurança quando os governos resolverem investir em educação.

Estamos sendo obrigados a nos enclausurar em nossos lares, pois somos reféns de bandidos, fardados ou não.

O povo, ao invés de se render à ação desses grupos, deveria cobrar uma ação efetiva do governo para resolver a falta de segurança no local onde mora: Protesto, Faixas, Cartazes, Requerer Audiências Públicas, representar ao Ministério Público. Enfim, deveria tomar uma atitude que fizesse barulho na mídia. Sempre digo que protesto, passeata e apitaço acabam resolvendo alguma coisa, desde que sejam apoiados pela mídia.

Só não podemos compactuar com o povo abrindo mão de seu direito constitucional à segurança pública. Uma segurança efetiva, real, e não ilusória, como a que temos hoje.

Na referida reportagem, um líder comunitário, resume o problema: “Não mudou nada em relação ao comerciante. Ele está sendo extorquido da mesma forma. A bandidagem extorque de uma forma e a polícia, de outra. É uma milícia e está vendendo segurança. O bandido te tira a segurança. Esse paramilitar te vende segurança. Dá na mesma”.

Até quando teremos que ler notícias tristes como essa, e muitas outras, algumas vezes piores?

Até quando o povo ficará impassível, apenas observando o governo afrontar as leis e a Constituição?


Até quando?

***
Texto de minha autoria publicado no Blog do Movimento Evolução

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

NÃO POSSO SANGRAR
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Qualquer que seja a dor
Afasto-me da sorte
Vivo a noite
Na escuridão feroz
Vou ter com a morte

Da sombra inerte
Ao odioso chicote
Tento sufocar o desejo
Que ao santo perverte
Mas só ouço gemidos
Gritos de dor e
Perversos castigos

Se não posso sangrar
Conto com os espíritos
Com os lobos, os corvos
Que encontro ao luar
Mas eles se vão
E ao raiar do dia
Estou só, sem sua magia

Ouço sinistros sussurros
Prantos de almas impuras
Ouço da noite, o sons
Dos espectros, o agouro
E das aparições, os urros

Sinto um estranho arrepio
O toque do tortuoso vento
Um aviso cortante
Um velho lamento
Que me diz, insistente
Que já não posso morrer
Pois já não há mais sofrimento...

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

SOBRE O BEM E O MAL
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A morte não é um mal, pois liberta o homem de todos os males, e ao mesmo tempo que os bens tira-lhe os desejos. A velhice é o pior dos males: porque priva o homem de todos os prazeres, deixando-lhe deles todos os apetites; e traz consigo todas as dores. Não obstante, os homens temem a morte e desejam a velhice.
Giacomo Leopardi

O mal que os homens praticam sobrevive a eles; o bem quase sempre é sepultado com eles.
William Shakespeare

O mal é necessário. Da mesma forma que o bem, tem a sua nascente profunda na natureza, e um não poderia exaurir-se sem o outro.
Anatole France

Ninguém nos aconselha tão mal como o nosso amor-próprio, nem tão bem como a nossa consciência.
Marquês de Maricá

Mil dias não bastam para aprender o bem; mas para aprender o mal, uma hora é demais.
Confúcio

Haveria muito menos mal no mundo, se o mal não pudesse ser feito sob a aparência do bem.
Marie Eschenbach

Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância.
Sócrates

Do mal não pode nascer o bem, assim como um figo não nasce de uma oliveira: o fruto corresponde à semente.
Séneca

Devemos ter amigos que nos ensinam o bem; e perversos e cruéis inimigos, que nos impeçam de praticar o mal.
Diógenes

A razão vos é dada para discernir o bem do mal.
Dante Alighieri