quarta-feira, abril 30, 2008

POLÍTICOS E PUTAS
Post dedicado aos amigos David e Rayol, dois indignados de primeira, respectivamente dos blogs Aqui não, Genésio! e Jus Indignatus

Talvez o título mais adequado a esta postagem seria "A Prostituição dos Valores Políticos", no entanto, preferi nomeá-lo Políticos e Putas, pois não acredito que na política pátria exista algum valor, no exato sentido do termo. Não que eu tenha algo contra as profissionais do sexo, nem a favor. Creio que são necessárias em qualquer sociedade, assim como os lixeiros, médicos e engenheiros, sem menosprezo a nenhuma dessas nobres categorias profissionais.

Na verdade, tanto as putas como os políticos se prostituem, cada qual à sua maneira. Já faz tempo que não acredito em promessas eleitorais, nem em supostos planos de governo, pois estes definitivamente não existem, assim como não existe verdadeira “vontade política" em mudar situações que se arrastam há décadas, para não falar em centenas de anos em nosso País.

Segundo pesquisas recentes, a aprovação popular de nosso presidente é a mais alta desde que começou a governar. Certamente em virtude das famigeradas "bolsas", verdadeiro cabresto eleitoral. Não vou, porém, entrar neste mérito.

Diuturnamente assistimos impassíveis, porém indignados, notícias sobre o mau (ou seria péssimo) uso do dinheiro público. O governador tal aluga jato para visitar a Europa e leva a esposa, cachorro, sogra e o diabo a quatro, e ainda acha que não cometeu nenhuma irregularidade.

Prefeituras espalhadas pelo território nacional têm ligações escusas com empresários numa verdadeira simbiose de parasitas a sugar o dinheiro de nossos impostos.

Na esfera federal quem legisla é o Executivo através de medidas provisórias, verdadeira aberração na teoria da separação dos poderes, sem mencionar a crônica falta de urgência e relevância para a edição de tal instrumento.

Escândalo após escândalo de desvio de verbas do erário público e corrupção, o povo graciosamente apenas contempla, como se tais fatos se passassem em outra nação, outro mundo e quando há algum tipo de protesto, se é que se pode chamar assim, pessoas saem de casa para ir ao local onde ocorreu um crime de homicídio, como se a presença delas tivesse o condão de alterar algo na apuração da verdade.

Quem acompanha este blog há algum tempo sabe de minhas convicções: não acredito que exista ou existirá algum político que se importe com o bem estar coletivo que, em última instância, é um objetivo essencial a ser perseguido por qualquer governo decente, se é que existe algum.

Este ano tem eleição, e as promessas estão a caminho. Tenho pena daqueles que ainda se iludem com aqueles famosos bordões que, infelizmente, seremos obrigados a escutar na propaganda eleitoral obrigatória, coisas do tipo: segurança, saúde e educação em primeiro lugar.

Políticos são quase como putas. Digo quase porque estas são mais sinceras: pague e terá o combinado, ao passo que os políticos pedem votos e, depois de eleitos, os eleitores não vêem “a cor” do que foi combinado.

Prefiro as putas, elas são mais honestas...
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PS= Para quem ainda tem dificuldade em entender o que é política, veja nos comentários a definição.

domingo, abril 27, 2008

INCERTEZAS
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As lágrimas escorrem, as cicatrizes ficam mais profundas. Na alma, um sentimento desolado. A dor da decepção é seca como o deserto.

O ontem ainda está presente e o futuro parece incerto. Queria entender os sinais, os avisos do destino, mas não consigo decifrá-los.

Sigo sozinho com minhas dúvidas, angústias e temores. Onde quer que eu olhe, onde quer que eu vá, carrego uma mágoa que insiste em me seguir. É o pesadelo da amargura, um monstro desfigurado com dentes afiados do qual não consigo fugir.

Houve um tempo em que sonhei o sonho dos loucos, o doce sonho das crianças. Era o tempo do amor, doce e fiel. A regeneradora época da primavera, quando existia magia no ar, quando existia sorriso, meigo, sincero.

Sei que esta magia ainda existe, ainda está em algum lugar, pronta para entrar em ação de novo. Talvez quando eu menos esperar, ela se mostre ou talvez silenciosamente aponte o caminho a seguir.

Queria ouvir uma voz suave que me dissesse que minha jornada não foi em vão, uma voz que me falasse que não lutei batalhas inglórias.

Quanto à desilusão, sei que somente o tempo irá curar as marcas por ela deixadas.

Aquilo que não nos mata, nos faz mais fortes... mas a que preço?

quarta-feira, abril 16, 2008

DOR
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Olhos de sangue
De dor
Enxergam um mundo sem cor
Ou emoção
Grito afiado
Desafia a tênue razão
Pede e implora
Que devolva o amor
Ao coração
Destroçado
Mas a resposta é a dor
A constante dor
Da saudade
Do sonho distante
Assassinado
Que jaz inquieto
Dentro do peito
Estilhaçado
Pelos erros do passado