O CISNE NEGRO
Hoje faz 109 anos que faleceu um de nossos maiores poetas simbolistas, Cruz e Sousa.
João da Cruz e Sousa nasceu a 24 de novembro de 1861, em Florianópolis, vindo a falecer de tuberculose, em Minas Gerais, a 19 de março de 1898.
Em seus pouco mais de 36 anos de existência, este negro, filho de escravos, conheceu apenas misérias, agústias e sofrimento. Publicou dois livro em vida, Missat e Broquéis (1893) e, por diligência dos amigos, após sua morte foram publicados Evocações (1898), Faróis (1900), e Últimos sonetos, em 1905.
Discriminado e incompreendido durante a vida, teve o merecido reconhecimento de público e crítica apenas depois de morto.
DILACERAÇÕESÓ carnes que eu amei sangrentamente,Ó volúpias letais e dolorosas,Essências de heliotropos e de rosasDe essência morna, tropical, dolente...Carnes virgens e tépidas do OrienteDo sonho e das Estrelas fabulosas,Carnes acerbas e maravilhosas,Tentadoras do sol intensamente...Passai, dilaceradas pelos zelos,Através de profundos pesadelosQue me apunhalam de mortais horrores...Passai, passai, desfeitas em tormentos,Em lágrimas, em prantos, em lamentos,Em ais, em lutos, em convulsões, em dores...Sua obra completa pode ser acessada em
Cruz e Sousa e
Cruz e Sousa, vida, obra e memóriaDescanse em paz Mestre!