quarta-feira, novembro 14, 2007
Meses de ausência na blogosfera, e um pouco mais animado, volto a postar... depois de um breve período nas Minas Gerais para restaurar as energias.
Defensor meditando em Minas
CONFISSÃO
A confissão de teus erros,
Pecados inesperados
Atormenta meu coração
Aniquila minhas esperanças
Aumenta minha desilusão...
Eu sofro abismado, calado
E tal qual sarnento cão
Abafo o choro, amargurado
Essa paixão era meu elixir
Meu altar, minha centelha...
E agora fizestes tudo ruir,
Meu mundo desmoronar
Causando ferida profunda
Expondo a víscera vermelha
De meu coração machucado
Que jaz quieto, estrangulado
Minhas doces quimeras
Desabaram esquartejadas
E com esta tua vil traição
Minha pobre alma enterras...
O amor era meu alimento
Agora é o fel lamacento
Que eu devoro, enquanto choro,
Tudo o que me sustenta!
terça-feira, agosto 14, 2007
segunda-feira, julho 30, 2007
O veneno é o antídoto
A oração final
A prece dos que esquecem
O brilho, a luz...
E depois imploram
A misericórdia dos abutres
Que lhes devoram
As entranhas
As estranhas sensações
Miragens distantes
Meras ilusões
Despojos pueris
As cinzas, os instantes
Fugazes
Tênues nuances
Tragédias, loucuras, comédias
A vida num piscar de olhos
Verdes
Que se entrelaçam em redes
Imaginárias, ilusórias
E nos prendem a tradições
Momentos de dor e glória
Felicidade que atrai,
E depois trai
Nossas amargas memórias
Páginas amarelecidas
Esquecidas
Em algum canto da história
domingo, julho 01, 2007
Foi com algum espanto e muita lisonja que recebi duas indicações como uma das 7 maravilhas do mundo blogueiro.
A primeira indicação partiu da Bruchinhachellot do Caminho dos Contos, e a segunda, do grande irmão de metal, M. Marcolin, do blog I-Mídia
Em primeiro lugar, gostaria de ressaltar que, como bom libriano, relutei em escolher entre os meus amigos aqueles que eu indicaria, porque gosto de todos, como já disse anteriormente, mas por fim acabei cedendo, e escolhi os que seguem...
Ressalto, por fim, que considero maravilhosos TODOS os meus amigos que aqui freqüentam e comentam sempre com belas palavras e pensamentos os meus posts.
Fico grato à todos os amigos do mundo virtual pelo carinho e companheirismo, muitas vezes mais sincero do que as pessoas do "mundo real"!!!
Vida longa e próspera à vocês!!!
sexta-feira, junho 22, 2007
Blogagem coletiva em virtude da extinção do Movimento Evolução
A idéia era boa: juntar alguns blogueiros "indignados" no intuito de escrever sobre assuntos políticos com o escopo de aglutinar idéias, críticas ou sugestões para tentar mobilizar e conscientizar as pessoas de que algo precisa ser feito urgentemente para melhorar o País.
Não deu certo. Não entrarei no mérito dos motivos do fracasso. Falo por mim, uma vez que eu fui convidado a participar.
Para mim, infelizmente, talvez a idéia tenha chegado tarde demais. Estou numa fase "apolítica", prefiro escrever sobre outras coisas, ou mesmo poesias, como as que tenho postado nos últimos meses.
Já fui mais "politizado", mas isso não quer dizer que deixei de ser indignado com tudo o que está acontecendo em nosso País. No entanto, não sinto mais vontade de escrever sobre política, acho que por desânimo mesmo.
A corrupção campeia. O desemprego idem. A educação vai de mal a pior. A violência impera. O povo assiste impassível, escândalo após escândalo, a derocada de nossas instituições políticas, administrativas e judiciárias.
E nada, nenhuma medida concreta, sóbria, eficaz para, senão melhorar, no mínimo, minimizar as trágicas as condições de saúde, desemprego e criminalidade a que todos nós somos expostos são tomadas.
Já disse antes: enquanto não houver um "pacto social" entre os políticos e a sociedade nada irá melhorar. Os governos se sucedem. O povo fica.
Cada governo que assume o poder quer deixar a sua "marca". Não é assim que as coisas devem ser, em meu humilde ponto de vista.
Para que possamos progredir devemos ter um plano de ação, com metas a ser atingidas. E o povo deve cobrar a consecução de tais objetivos fiscalizando, de maneira real, porém pacífica, os atos dos três poderes.
Enquanto agirmos pensando só em nós mesmos, nada irá mudar. Devemos ter em mente que quando não há médicos ou faltam aparelhos em nossos nosocômios públicos não só os doentes que lá estão são agredidos e violados em seu direito constitucionalmente garantido. Quando isso e os outros "descasos" na educação e segurança (para dizer o mínimo) ocorrem, toda a sociedade é afrontada e humilhada.
O povo parece não saber ou entender o poder que tem. Os fatos seriam diferentes se houvessem passeatas, protestos e cobrança efetiva de medidas a serem tomadas para a consecução do bem estar público, que em última análise, é a principal meta de todos os governos.
Triste, mas verdadeiro.
Bem, quanto ao enterro de anão do banner acima, realmente nunca tive essa oportunidade. Talvez eu tenha que esperar o Nelson Ned morrer para ter esse privilégio.
...
Na oportunidade gostaria de pedir desculpas aos amigos, pois sei que ando meio ausente do blog. Motivos profissionais.
Espero que entendam. Gosto de todos vocês.
Abraços.
Paz e prosperidade!
terça-feira, junho 05, 2007
Eu sou a vida, sou a morte neste mundo cruento e sem sorte
Eu sou carne, sou o sangue de meus antepassados
Eu sou as lágrimas, o tempo e o vinho derramado
Sou a luz, sou a sombra de um destino miserável em pedra talhado
Eu sou o vermelho e o negro
Cores de sangue e morte
Sou apenas esquálida,
Pálida figura do que penso ser
Memórias melancólicas para esquecer
Eu sou a piedade e a vingança
Dos sonhos, sou a intemperança
Eu sou o bem e o mal
Entregue à própria sorte nesta história desigual
Pelo caminho lambo minhas feridas,
Minha cicatriz fica cada vez mais profunda
E fico cada dia mais taciturno e, por vezes, infeliz
Eu sou a água e o fogo
Sou o frio e o calor
Conheço paragens distantes
Bebi o vinho e as mulheres
Embriaguei-me em nefastos romances
Gastei o ouro em bens estéreis
Tudo o que é bom já passou
Minha dor é o que restou
Já fui brasa animada com o calor divinal
Em breve serei cinzas numa cova abismal
quarta-feira, maio 16, 2007
Meu abrigo é o mar
O oceano sem fim
De luz prateada...
E nas praias desertas
Posso contemplar
As ondas
As gaivotas
As ondas sem volta
Lá ouço o rugido selvagem
Que arde em meu peito
Liberto, com coragem
Minha liberdade é o céu
O reluzente azul da criação
De encantos sem véu
Lar da chuva e do trovão
Onde me entrego ao divino
E em preciosa oração
Recito o salmo, toco o sino
Meu sonho é o Sol
Fonte da vida e da morte
Meu norte, meu guia
A luz que regenera
Sua força é minha consorte
Seu calor, minha alegria
Minha mortalha é a terra
A argila ancestral
Fonte do bem e do mal
Lá repousam tristes olhares
Chagas, milagres
E profanos altares
Lugar de amar e viver
Lugar de chorar e sofrer
Onde descanso, afinal
segunda-feira, maio 07, 2007
ABDICAÇÃO
Abdico de toda a vida
E vou-me embora
Sem fechar a porta
Não tenho plano, nem sonho
E percorro, magoado,
Um caminho ermo e sem volta
E solitário me vou
Insatisfeito
Imperfeito
Mas com coração
Apesar de ainda
Não saber quem sou
Para longe
Sem grito no peito
Sem meu amor
Sem minha dor
Desgosto sem gosto
Eterna insatisfação
De ver tudo errado
Da injustiça
Da miséria
E do homem e seu pecado
quinta-feira, abril 19, 2007
Renascer
Viver, morrer
Céu e inferno
Olhos afiados
Paixão
Sede, sofrer
Existência
Queda e ascensão
Rio profundo
Oceano
Viver e crer
Arco-íris
Escuridão
Mal infinito
Chaga que não cura
Ferida Aberta
Noite escura
Perdição
Choro, grito
Tristeza, ilusão
Menos cruel que mito
Triste canção
Pobres amantes
Nada será
Ou ficará
Como antes
segunda-feira, abril 09, 2007
Sou como as rochas
As pedras, as árvores
As águas e os mares
Sou como a esperança
Sou como criança
Como os pássaros sem lares...
Guardo no peito
Angústias eternas
Sombras malévolas
Mares de incertezas
Terrores indecifráveis
E singelas belezas...
Sou contradição
Sou triste, sou forte
Sou fraco e alegre
Sou bravo e covarde
Meu pai é o fogo
Minha mãe é a morte
Desculpe se me engano
Ou te deixo assombrado
Sou apenas humano
Se com meu triste canto
Causo-te terror
Causo-te espanto
De uma coisa tenha certeza
Se me vou triste a cantar
É porque aqui não passo mais
Nem de ti quero me despedir
Nestas pálidas paragens
Não vou mais caminhar
Se me vou cabisbaixo
É porque já se foi o tempo
Me vou com o Sol
Me vou com o vento
Minha estrela vai se apagar...
quinta-feira, março 29, 2007
segunda-feira, março 19, 2007
Hoje faz 109 anos que faleceu um de nossos maiores poetas simbolistas, Cruz e Sousa.
João da Cruz e Sousa nasceu a 24 de novembro de 1861, em Florianópolis, vindo a falecer de tuberculose, em Minas Gerais, a 19 de março de 1898.
Em seus pouco mais de 36 anos de existência, este negro, filho de escravos, conheceu apenas misérias, agústias e sofrimento. Publicou dois livro em vida, Missat e Broquéis (1893) e, por diligência dos amigos, após sua morte foram publicados Evocações (1898), Faróis (1900), e Últimos sonetos, em 1905.
Discriminado e incompreendido durante a vida, teve o merecido reconhecimento de público e crítica apenas depois de morto.
DILACERAÇÕES
Ó carnes que eu amei sangrentamente,
Ó volúpias letais e dolorosas,
Essências de heliotropos e de rosas
De essência morna, tropical, dolente...
Carnes virgens e tépidas do Oriente
Do sonho e das Estrelas fabulosas,
Carnes acerbas e maravilhosas,
Tentadoras do sol intensamente...
Passai, dilaceradas pelos zelos,
Através de profundos pesadelos
Que me apunhalam de mortais horrores...
Passai, passai, desfeitas em tormentos,
Em lágrimas, em prantos, em lamentos,
Em ais, em lutos, em convulsões, em dores...
Sua obra completa pode ser acessada em Cruz e Sousa e Cruz e Sousa, vida, obra e memória
Descanse em paz Mestre!
sexta-feira, março 09, 2007
Foto: Defensor, no "estilo" Fernando Pessoa
Saudações,
Após uma ausência forçada, estou de volta.
Eu deveria ter postado ontem, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, mas não pude fazê-lo.
Então, faço esta homenagem tardia, remetendo as leitoras ao post O Elogio à Deusa, que trata justamente da beleza e força feminina. E aproveitando o ensejo, mando uma poesia inédita.
Amar
Inspiração
Origem e fim
Arrebatar
Pulsação
Desejo ardente
Boca sedenta
Corpos que se encontram
Na cama, na rua
Em qualquer lugar
Harmonia
Atração
Intenso viajar
Possuir e não ter
Abraço apertado
Dor e prazer
Bater do coração
Olhos que pedem
União
Semente que nasce
Eternidade
Despertar
Única razão
domingo, fevereiro 25, 2007
Vem forte, a luz
É o começo, a eternidade
Brilho intenso
Cega a visão
Ilusão de vida e vontade
Atinge o homem e o cão
Vem forte, a dor
É a derradeira oração
O ato final
Um mundo sem cor
Atinge o coração
E deixa destroços
Um baú de ossos
Vem forte, a adaga
É o fim, a despedida
Mera lembrança
Existência amarga
Uma vida perdida
Ceifada, despedaçada
Mas nunca esquecida
quarta-feira, fevereiro 21, 2007
sexta-feira, fevereiro 16, 2007
Post em homenagem à Clarissa
Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.
Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue para frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo.
Crê e trabalha. Esforça-te no bem e espera com paciência.
Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá.
De todos os infelizes, os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmos, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo.
Eleva, pois, o teu olhar e caminha.
Luta e serve. Aprende e adianta-te.
Brilha a alvorada além da noite.
Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te tormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte.
Não te esqueça, porém, de que amanhã será outro dia.
Meimei, psicografado por Francisco Cândido Xavier
segunda-feira, fevereiro 12, 2007
Recentes episódios de violência e barbárie acenderam, de novo, o debate em torno do que fazer para conter a criminalidade, além da crítica aos Direitos Humanos, que na visão de alguns, só serviriam para proteger bandidos.
Neste modesto texto, proponho-me a desmistificar tal concepção, totalmente equivocada do real sentido e valor que têm os Direitos Humanos em nosso ordenamento jurídico-constitucional.
Então, antes de comentar e me xingar, leia este texto até o final, e aí sim, emita uma opinião.
Infelizmente, hoje em dia está cada vez mais difícil falar em Direitos Humanos sem ser mal compreendido. A maior parte das pessoas associa esses direitos fundamentais inerentes a todo ser humano à imagem dos bandidos. Tal erro deriva do fato da mídia referir-se aos Direitos Humanos apenas quando são violados os direitos dos criminosos.
Em verdade, o ativismo dos direitos humanos começou a ganhar força no Brasil na época da ditadura, tendo em vista as detenções e prisões arbitrárias daqueles que se opunham ao regime de exceção.
A ditadura já se foi há algum tempo, mas a imagem dos Direitos Humanos ainda continua a ser associada tão somente aos direitos dos criminosos.
Afinal, o que são os Direitos Humanos?
Os direitos humanos estão, inegavelmente, ligados aos aspectos mais importantes da vida do ser humano. A idéia central e que fundamenta toda a concepção dos direitos humanos é a dignidade do ser humano. Cumprem eles um desempenho de proteger o ser humano contra o arbítrio do Estado, bem como de assegurar condições mínimas de existência digna.
Partindo dessa concepção, toda a vez que se fala em direitos humanos, estamos falando de direitos fundamentais, embora as expressões não possam, em termos técnicos, serem consideradas sinônimas.
Esses direitos humanos fundamentais são todos aqueles reconhecidos nas Constituições, que tem como fundamentação a dignidade da pessoa humana, sendo este um dos fundamentos de nossa República, confr. art. 1°, inciso III, de nossa Carta.
A dignidade nasce quando nasce a pessoa. Todo ser humano é digno. Essa característica é intrínseca a todos nós. No entanto, no decorrer de nossa vida, fazemos opções, que devem ser respeitadas também: devemos ser respeitados por nossos pensamentos, por nossa consciência, em nossa intimidade. Todos esses aspectos são atributos de nossa liberdade, que compõe a dignidade.
Mas não é só.
Gosto de exemplificar os direitos humanos, citando o clássico art. 5°, e todos os seus incisos, da Constituição da República.
Na cabeça do art. 5° estão contemplados o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Em seus 78 incisos estão previstos diversos direitos e garantias, estas entendidas como os instrumentos – ações – para a consecução dos direitos, tais como o Habeas Corpus e o Mandado de Segurança.
Tomemos como exemplo, nós, blogueiros, que externamos nossos pensamentos através de críticas, opiniões e crenças. Estamos protegidos pelo direito fundamental (que faz parte dos Direitos Humanos, portanto) esculpido no inciso IV, que diz: “é livre a manifestação de pensamento, sendo vedado o anonimato”.
Sobre os direitos humanos previstos na Constituição que garantem benefícios aos réus em processos criminais, posso afirmar, sem medo de erro, que se eles não estivessem previstos, muitos erros judiciários seriam cometidos.
Sei do que estou falando, pois já fui processado criminalmente, de forma injusta, frise-se. A história é longa para estas poucas linhas, mas em resumo: de vítima, por incompetência policial, e desatenção (pra não dizer incompetência) do Promotor, passei a ser réu. Fui agredido com uma faca e agi em legítima defesa defendendo minha integridade física. Se não houvesse o benefício da dúvida a favor do réu (também um direito humano) eu seria, erroneamente, condenado por lesões corporais. Então todas as garantias previstas, pelo menos em sede constitucional, são justas e fazem parte do ordenamento jurídico de todo o país civilizado.
Veja: estou falando de direitos e garantias, e não privilégios. Privilégios, quaisquer que sejam, são odiosos, e não merecem prosperar.
Os Direitos Sociais (art. 6° da Constituição) também estão inseridos nos Direitos Humanos. Então quando defendemos que todos devem ter direito à educação, à saúde, ao trabalho, à moradia, ao lazer, à previdência social, entre outros, estamos falando de Direitos Humanos.
Também os Direitos Políticos inserem-se no contexto dos Direitos Humanos, assim como o direito a um meio ambiente saudável e os direitos dos povos indígenas.
Devemos nos lembrar que o primeiro passo para a instauração dos governos ditatoriais é a supressão dos direitos e garantias individuais. A Alemanha Nazista é o exemplo clássico.
Nesse aspecto, ressalte-se que a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1948 foi uma resposta das Nações Unidas à barbárie perpetrada pelo regime do fhürer contra milhões de judeus, homossexuais e ciganos. A partir de então, esses direitos fundamentais humanos passaram a fazer parte das diversas constituições dos países do mundo.
Direitos Humanos, então, são os direitos básicos de todos nós. É por isso que toda a vez que vejo alguém falar que os Direitos Humanos mais atrapalham do que ajudam, sinto um arrepio na espinha, pois sem a previsão deles em nossas Leis, o Estado pode fazer de nós o que bem entender.
Para finalizar, imagine que um dia você está saindo de casa e, inadvertidamente, a polícia te prende sem uma acusação formal de qual foi o seu crime (Leiam Kafka, O Processo), ou ainda, você é preso sem que tenha, efetivamente, cometido qualquer delito. Pois é... se não tivéssemos a garantia fundamental do Habeas Corpus previsto na Constituição, provavelmente você ficaria preso injustamente...E não se esqueça que, enquanto isso, você estaria numa cela com mais 80, 100 deliqüentes, sendo tratado como tal.
Por derradeiro, inúmeras vezes os direitos das vítimas de crimes só são concretizados com a atuação de órgãos de ativismos dos Direitos Humanos, ou mesmo através da assistência do Poder Público, quando presta assistência psicológica, jurídica e social, conforme estabelece o art. 245 da Constituição.
Então, amigo, separe o joio do trigo e, antes de falar que os defensores dos direitos humanos deveriam morrer, ou que simplesmente não deveriam existir direitos humanos, lembre-se que com esta assertiva, você está querendo que sejam suprimidos o direito à saúde, à liberdade, à igualdade, entre outros.
Defendo os Direitos Humanos até a morte, pois sem eles não vale a pena viver...
sexta-feira, fevereiro 09, 2007
"O mal se espalha rapidamente".
A assertiva é válida e encontra fundamento na ganância e perversidade dos homens. Outro dia, estava assistindo a um telejornal, e uma notícia me chamou a atenção: Grupos para-militares estavam "fazendo a segurança" nas favelas do Rio de Janeiro. A tática desses grupos é simples: armados, expulsam os traficantes, sob o pretexto de banir o tráfico de drogas e proteger os moradores de determinada região. A idéia, num primeiro momento, até poderia soar como interessante, uma vez que o Estado, encarregado de proteger seus cidadãos, não o faz adequadamente.
Não fosse por um pequeno detalhe: esses "benfeitores", na verdade, cobram dos moradores do local "protegido" uma "taxa de segurança".
É o famoso "trocar seis por meia dúzia". Troca-se o traficante pelo segurança, e os moradores do local continuam a ser achacados, humilhados e pisoteados em seus direitos, pela total ineficácia do Estado em garantir a segurança pública.
Ao assistir a reportagem, pensei comigo - Logo, logo esta "novidade" irá se espalhar, assim como tudo o que é nefasto. Não demorou nada e, em notícia veiculada pelo Jornal A Tribuna de Santos, do dia 4 de fevereiro, Caderno A-6, lê-se: “Zona Noroeste. Milícias Armadas Assumem Segurança”. Nesta matéria, o jornalista Marcel Cordella, expõe que neste Bairro de Santos, os moradores e comerciantes, cansados da ação dos marginais, pagam para manter seguranças, e agora pasmem: essas milícias, na maior parte dos casos, são formadas por policiais militares em período de folga!
Pergunto: até quando nos veremos reféns desta insegurança pública que atinge nosso país? Será que, quem está no poder, não percebe as verdadeiras causas deste assolador problema? Toda a vez que vejo algum político tratar do tema da segurança pública, sempre bate na mesma tecla: aumento de pena. Em minha modesta opinião, isto, por si só, não resolve nada. Pode ajudar, mas não resolve a questão definitivamente.
Só teremos segurança quando forem resolvidos, ou minimizadas, as desigualdades sociais. Só teremos segurança quando o país voltar a crescer, de modo que o jovem, consiga um trabalho honesto.
Só teremos segurança quando os governos resolverem investir em educação.
Estamos sendo obrigados a nos enclausurar em nossos lares, pois somos reféns de bandidos, fardados ou não.
O povo, ao invés de se render à ação desses grupos, deveria cobrar uma ação efetiva do governo para resolver a falta de segurança no local onde mora: Protesto, Faixas, Cartazes, Requerer Audiências Públicas, representar ao Ministério Público. Enfim, deveria tomar uma atitude que fizesse barulho na mídia. Sempre digo que protesto, passeata e apitaço acabam resolvendo alguma coisa, desde que sejam apoiados pela mídia.
Só não podemos compactuar com o povo abrindo mão de seu direito constitucional à segurança pública. Uma segurança efetiva, real, e não ilusória, como a que temos hoje.
Na referida reportagem, um líder comunitário, resume o problema: “Não mudou nada em relação ao comerciante. Ele está sendo extorquido da mesma forma. A bandidagem extorque de uma forma e a polícia, de outra. É uma milícia e está vendendo segurança. O bandido te tira a segurança. Esse paramilitar te vende segurança. Dá na mesma”.
Até quando teremos que ler notícias tristes como essa, e muitas outras, algumas vezes piores?
Até quando o povo ficará impassível, apenas observando o governo afrontar as leis e a Constituição?
Até quando?
***
Texto de minha autoria publicado no Blog do Movimento Evolução
quarta-feira, fevereiro 07, 2007
Qualquer que seja a dor
Afasto-me da sorte
Vivo a noite
Na escuridão feroz
Vou ter com a morte
Ao odioso chicote
Tento sufocar o desejo
Que ao santo perverte
Mas só ouço gemidos
Gritos de dor e
Perversos castigos
Conto com os espíritos
Com os lobos, os corvos
Que encontro ao luar
Mas eles se vão
E ao raiar do dia
Estou só, sem sua magia
Prantos de almas impuras
Ouço da noite, o sons
Dos espectros, o agouro
E das aparições, os urros
O toque do tortuoso vento
Um aviso cortante
Um velho lamento
Que me diz, insistente
Que já não posso morrer
Pois já não há mais sofrimento...
sexta-feira, fevereiro 02, 2007
A morte não é um mal, pois liberta o homem de todos os males, e ao mesmo tempo que os bens tira-lhe os desejos. A velhice é o pior dos males: porque priva o homem de todos os prazeres, deixando-lhe deles todos os apetites; e traz consigo todas as dores. Não obstante, os homens temem a morte e desejam a velhice.
Giacomo Leopardi
O mal que os homens praticam sobrevive a eles; o bem quase sempre é sepultado com eles.
William Shakespeare
O mal é necessário. Da mesma forma que o bem, tem a sua nascente profunda na natureza, e um não poderia exaurir-se sem o outro.
Anatole France
Ninguém nos aconselha tão mal como o nosso amor-próprio, nem tão bem como a nossa consciência.
Marquês de Maricá
Mil dias não bastam para aprender o bem; mas para aprender o mal, uma hora é demais.
Confúcio
Haveria muito menos mal no mundo, se o mal não pudesse ser feito sob a aparência do bem.
Marie Eschenbach
Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância.
Sócrates
Do mal não pode nascer o bem, assim como um figo não nasce de uma oliveira: o fruto corresponde à semente.
Séneca
Devemos ter amigos que nos ensinam o bem; e perversos e cruéis inimigos, que nos impeçam de praticar o mal.
Diógenes
A razão vos é dada para discernir o bem do mal.
Dante Alighieri
terça-feira, janeiro 30, 2007
Vejo teus olhos vazios, mirando paisagens remotas, sonhos distantes, esquecidos, corrompidos pelo não estar.
Vejo teu tempo passar, devagar, sem conforto, sem razão, nem inspiração.
Vejo teu silêncio, aterrador, um silêncio gritante, de misericórdia, sem futuro, um silêncio de dor.
Viver sem lutar, sem ânimo, sem alma, entregando-se ao lamento, ao sofrimento.
Tentei escutar tua voz, mas só escutei o vento.
Tentei sentir teu tempo, mas só senti solidão.
Tentei seguir teu olhar, mas só vi miragem, nenhuma paisagem.
Escuto teu silêncio que me esmaga, me faz sentir incapaz de te ajudar.
Um silêncio ofensivo. Silêncio cinzento. Esse silêncio de cólera, que me traga.
Um silêncio tão profundo, sem abrigo, que me faz estar só no mundo.
Um silêncio tão afiado assim é capaz de cortar.
Esse silêncio faz minha voz se calar.
segunda-feira, janeiro 29, 2007
Arte: Kedralynn - Deviant Art
senão em meu coração que chora apertado a falta de teus carinhos,
que implora, miserável, a tua companhia,
que não se satisfaz apenas com tua voz,
distante, de menina, de mulher.
Desabo, como criança,
perante teu meigo sorriso,
teu jeito maternal, também sensual,
quando me abraças e me beija.
Fico sem palavras quando te vejo,
caio a teus pés, sou teu servo,
teu amante nesse louco romance.
Fico em transe, abandono o sono,
lembro de ti quando não te vejo,
sinto-me vazio, fico sem norte,
saudoso de você, sou um ser sem sorte.
Desejo que as horas passem lentamente quando estamos a sós,
para sentir mais o teu calor, carnal, e provar o teu amor, sem igual.
E quando estamos juntos, só penso que finalmente encontrei esta magia que os poetas descrevem, com certa melancolia, em dias chuvosos, nas noites solitárias, que é só o que na vida importa, aquilo que se chama AMOR e às almas conforta.
quarta-feira, janeiro 24, 2007
Minha visão, turva, ilude-me, enquanto carrego minhas dores para a morada distante e final. Atravesso desertos, serras e oceanos e nada carrego comigo, senão as imagens dolorosas de uma pueril existência.
Mas enquanto viajo por paisagens desterradas, negras moradas, um pranto convulviso apodera-se de mim e abala meu ser. Sou tomado por furiosa cólera e grito aos deuses que me libertem dos grilhões carnais. Desejo não ser, não existir...
Tenho o coração apertado, sufocado pelas angústias colossais, e sei que em breve encontrarei meu sudário, meu sepulcro rochoso entre qualquer dos paredões de um penhasco borrascoso.
Nesta hora derradeira, escrevo minhas palavras finais:
Não sinto a luz, nem o gosto do mel.
Ouço uma música suave e fico em transe
Tenho a vista cansada, cansada de ver
Sinto os ossos quebrados, uma vida de fel
Minha cova, em breve, já não estará vazia
É um Supremo reconforto abandonar a Terra
Esta vida efêmera que lentamente me sufoca
E de mim nada restará, senão melancolia
Esse foi um caminhar de martírio
Uma negra marcha rumo à ruína final
E de repente, sinto em meu peito faca afiada
E me entrego sorrindo a um doce delírio
No entanto, nada do que me foi ensinado
Nem os salmos, nem o bem e o mal, ou a filosofia
Nem os cantos, nem os prantos e encantos
Nenhum desses princípios me será retirado
segunda-feira, janeiro 22, 2007
... e então ele viu a luz. Após meses de escuridão, ele sentiu o ar inundando seus pulmões. Sentiu o toque de mãos calorosas, e provou o gosto do leite. Acabara de descobrir um mundo novo!
Ele ainda não sabia, mas quando abandonou o útero, ele começou a morrer...
No começo, não sentia o suave toque da morte, mas ela estava lá, desde respirou pela primeira vez...
No princípio, tudo era doce e mel, havia brincadeiras, descobertas, havia sorrisos por toda a parte...
Mas o tempo passa, o tempo, esse inimigo voraz que nos rói as entranhas, acaba com a carne, extirpa toda a força.
O tempo é a morte
O apagar das luzes
O badalar dos sinos
O tempo é o fim
O fim da paixão
O fim da beleza
O fim da visão
O tempo é o sinal
O sinal que se apaga
Não é bom nem mau
O tempo é forte
O tempo é a morte
Vão de mãos dadas
Num pacto silencioso
Pelo caminho torto
Tocam todos os mortais
Num toque assombroso
O tempo é a extinção
O final do mistério
A última morada, o cemitério
domingo, janeiro 21, 2007
Segunda Feira, dia 15 eu postei um trecho da poesia, "No Caminho com Maiakovski", que sempre pensei ser da autoria do proprio. Ocorre que esta poesia é de autoria de um brasileiro, Eduardo Alves da Costa, e foi escrito nos anos sessenta.
Bem, eu já gostava do poema quando era creditado a um russo, passei a gostar mais quando soube que o autor era brasileiro.
Peço desculpas pelo equívoco (pra não dizer burrice...) cometido por este Defensor
Quem quiser conferir os links estão aí embaixo.
Revista Agulha
Geração Books
Uma Coisa e Outra
Revista Agulha
A observação foi feita pelo carrasco real, Klatuu, o Embuçado, do Crônicas da Peste, e pode ser lida nos comentários do referido post. Agradeço ao nobre verdugo pelo aviso.
Bem, a moral da história é: "pesquise mais e antes de postar qualquer coisa não se embase apenas em uma única fonte"
sexta-feira, janeiro 19, 2007
Arrasem os templos
Profanem as virtudes
Proliferem as mentiras
Ocultem as verdades
Queimem os livros
Desfigurem a beleza
Elogiem os monstros
Matem os inocentes
Esmaguem os opositores
Vedem o Direito
Degolem os defensores
Saúdem a ganância
Proíbam a paz
Zombem da igualdade
Incitem a ignorância
Violem a liberdade
***
Tendo observado todo o mal dos homens, digo a vocês, meus amigos, que as máximas acima descritas, além da mais importante - AMAR O ÓDIO, ODIAR O AMOR - são as regras que regem a alma de alguns dos seres malignos que habitam e convivem conosco na Terra.
Esta semana foi terrível para este Defensor, e não é sem razão a minha revolta, e daí o peso deste texto.
Enquanto alguns lutam pela Verdade, Igualdade e Justiça, outros que deveriam zelar por estes valores sagrados de nossa sociedade, parecem não se importar com as misérias humanas. Parecem não saber que têm o poder, de com suas assinaturas em papáeis timbrados, elevar ou arrasar o homem.
Não bastam títulos para ser digno de admiração e respeito.
Admiração e respeito só são reconhecidos com merecimento.
segunda-feira, janeiro 15, 2007
...
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
...
Dossiê Maiakovski
quinta-feira, janeiro 11, 2007
Petrificado, assisto impassível aos lúgubres acontecimentos de uma vida pueril, cercada de sofrimentos e dores. O parto é inevitável, e o romper da aurora anunciará ao mundo nefastos episódios que trarão como conseqüência o fogo e a danação eterna.
Ele, que caminhou sobre a face da terra, e pregou filosofias insanas em seus missais incompreensíveis, afinal estava certo. Olhares de ódio cercam as pálidas figuras que se alinham neste grotesco ritual.
A pira acessa anuncia a derrocada de todos os antigos sortilégios. A cruz já caiu. A guilhotina voltará e sua lâmina será mais afiada do que nunca.
Pássaros negros sobrevoam a fogueira, e sobre os pilares esquecidos de um templo coberto pelas areias do tempo escorre um sangue negro e pegajoso. Feridas que jamais irão cicatrizar, pustulentas. São as chagas de uma maldição eterna.
O silêncio dos inocentes busca um lugar longe de casa para se abrigar da humilhação. Covardes, entregaram-se à derrota, enquanto o falso messias arregimentava legiões em suas orações.
Por um milhão de anos ele vagou pelas planícies e campos e contemplou a semente de todo o mal. Ele ouviu impassível o choro de milhares de almas na noite. Sofrimento e dor num banquete de monstros. Um caminho construído com os ossos dos mortos. A mutilação escarlate ceifa o coro dos anjos. Morte lenta e dolorosa.
Essa doença é a causa de toda a lamentação. São lágrimas que caem como uma mórbida chuva para devastar a terra. Uma sombra de tristeza que se apossa de toda a alegria de outrora...
É o tempo para padecer e lamentar....
terça-feira, janeiro 09, 2007
Os depositários do poder têm uma disposição desagradável a considerar tudo o que não é eles como uma facção. Eles chegam a incluir às vezes a própria nação nessa categoria - Benjamim Constant
Esta é uma blogagem coletiva, proposta pela Suzy do Alquimistas do Brasil (link ai do lado), que tem por escopo mobilizar parte da sociedade para apoiar a denominada “terceira via”, que seria a escolha de um outro candidato que não fosse os dois nomes cogitados - Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) - , para concorrer à Presidência da Câmara dos Deputados.
Pois bem.
O título proposto pela Suzy foi "Legislativo forte é independente, não ausente nem leniente!". Como atualmente não acredito em um Poder Legislativo independente e não ausente, nem não leniente (além de honesto), mudei o título... Desculpe Suzy!
Corrupção, podridão, interesses escusos, egoísmo, canalhice. Todos esses "predicados" (e mais alguns que não irei escrever em respeito ao leitor) me vem à mente quando penso em políticos, sejam eles quais forem.
Todos são lindos e maravilhosos quando estão na "oposição" (se é que existe isso): pensam no bem estar do povo, direitos sociais, mais renda e trabalho para todos, criticam as altas taxas de juros, etc. Tudo é belo e maravilhoso, mas quando se tornam “situação”, quando seus partidos conseguem eleger prefeitos, governadores e presidente... pronto, aí já é outra estória. O discurso e os atos mudam.
Não me iludo. Nada irá mudar. Qualquer que seja o eleito para presidente da Câmara, as coisas irão continuar péssimas.
Não se muda um país de uma hora para outra, assim como não se muda a mentalidade de um povo pacífico e submisso sem educação e conscientização.
Repito o que eu já escrevi em diversas oportunidades: passados mais de 18 anos da promulgação da Constituição, os direitos nela encartados ainda continuam no papel. E o que é pior: sem a menor previsão de torná-los realidade.
O novo presidente da Câmara irá mudar isso? Duvido.
Podem me chamar de revoltado, ou outras coisas piores, não me importo, só estou externando minha opinião, que pode estar errada!
É fato: políticos não gostam do povo, não gostam de cobranças, não gostam de prestar contas Tudo bem, existem exceções, mas são gotas num oceano.
Não dou meu apoio a nenhum político. Desta forma, não irei apoiar este ou aquele como alternativa para concorrer à presidência da Câmara dos Deputados.
Mas apóio uma terceira via.
Apóio o povo como terceira via.
No entanto, eu sei que esta “terceira via” só virá com a conscientização de que políticos só existem para representar os interesses coletivos.
Apóio a terceira via da revolução. A revolução da mentalidade do brasileiro.
Apóio a terceira via para cobrar educação, segurança, saúde, trabalho, previdência, assistência. Apoio a terceira via da fiscalização, da marcação cerrada em cima desses cães do Congresso.
Apóio a terceira via dos caras pintadas. Apóio a terceira via da indignação com barulho, do apitaço, de todas as manifestações pacíficas que coloquem um espelho na cara dos senhores políticos para que eles vejam a si próprios, para que vejam como são cara de pau, para que eles percebam que não podem fazem o que eles bem entendem. Para que eles atinem que o povo (o verdadeiro dono do poder, conf. parágrafo único do art. 1° da Constituição) não pode ser feito de palhaço.
O verdadeiro sentido da democracia é a cobrança, a insistente exigência de respeito aos direitos fundamentais, a contumaz fiscalização dos atos dos Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo (e por que não do Ministério Público? ...uma vez que eles se acham representantes do 4° Poder), a reivindicação de uma sociedade livre justa e solidária, de respeito à dignidade da pessoa humana. Todas essas manifestações, essas cobranças devem partir da sociedade, do povo.
Como já disse Georges Clemenceau: A democracia? Vocês sabem o que é? O poder de os piolhos comerem os leões.
Não sou o senhor da razão, freqüentemente erro e posso estar errado nesta minha perspectiva, mas só escrevi o que acredito.
Sou um ignorante... nunca viajei para fora do país. Não conheço, além do que dizem os livros, outras culturas e outros países, mas mesmo assim, não troco o Brasil por nenhum país do mundo, seja ele qual for. Esta é uma bela terra. O que falta somente é a vontade de querer mudar. Alexandre Herculano tem uma frase que diz: “Querer é quase sempre poder; o que é excessivamente raro é o querer”.
Talvez minha terceira via seja ilusão, seja uma miragem, mas ainda acredito que seja possível tal revolução. O Brasil é grande demais para se render à essa corja que está no poder!!!
quinta-feira, janeiro 04, 2007
Olhos que chamam
Imploram, devoram
Lança um olhar
Aos olhos do amor
Com paixão,desejo
Olhar de dor
Olhar sem cor
Olho animal
Selvagem, marginal
Devora o olhar
De quem te ama
De quem te engana
Lança um olhar
Aos olhos do mar
Com fascínio, espanto
Olhar sem pranto
Olhar sem canto
Olho voraz
Faminto, tenaz
Olhar pétreo
Duro, férreo
Etéreo
Olhos de chama
Quentes, fogosos
Lança um olhar
Aos olhos do Sol
Um olhar em vão
Um olhar sem farol
Olhos de devoção
O olhar final
Olhos de despedida
Com lágrima, pranto
Olhos de uma deusa
De luz, de encanto
terça-feira, janeiro 02, 2007
Recebi esta parábola por e-mail, e apesar de se tratar de uma antiga lenda, cabe como uma luva como uma mensagem de começo de ano.
A águia vive aproximadamente setenta anos. Quando chega pela metade de sua existência, seu bico está enfraquecido e gasto, as unhas de suas garras estão fracas, de modo que não consegue mais segurar suas presas e suas penas tornaram-se pesadas devido à sujeira acumulada nesses anos, dificultando-lhe o vôo.
Neste momento, a águia deve tomar uma decisão: ficar como está e enfrentar a morte certa, ou iniciar um doloroso processo de renovação. Algumas optam pela primeira alternativa. Essas são as fracas, as que se entregam sem lutar. Desistem de viver com medo da dor e da mudança. Outras, no entanto, seguindo o instinto de sobrevivência, desafiam a dor da renovação.
Essa renovação começa a ocorrer quando a águia busca abrigo em alguma fenda do penhasco, onde se abriga de outros predadores. A ave, então, começa a bater o velho bico contra a rocha até conseguir arrancá-lo e espera que nasça outro.
Em seguida começa a arrancar as velhas unhas com o bico novo. Quando novas unhas surgem, a águia começa a usá-las junto com o bico, para arrancar as penas endurecidas e sujas.
Somente depois desse ritual de renovação, a águia recupera as condições de voar novamente.
A renovação muitas vezes é a chave para o sucesso. Somente quando nos livramos de velhos costumes ou dolorosas lembranças poderemos alçar o vôo rumo a vitória.
Mudanças algumas vezes são dolorosas, mas necessárias para o crescimento do ser humano.
Não há realização sem esforço. Sem esforço não há ascenção.
Este ano que se inicia sejamos como a águia: bravos, renovados, livres de nossos medos para que possamos voar cada vez mais alto, rumo ao céu azul, rumo as estrelas.
Uma jornada cheia desafios nos espera. A luta já se iniciou...