segunda-feira, janeiro 22, 2007

O TEMPO É A MORTE
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... e então ele viu a luz. Após meses de escuridão, ele sentiu o ar inundando seus pulmões. Sentiu o toque de mãos calorosas, e provou o gosto do leite. Acabara de descobrir um mundo novo!

Ele ainda não sabia, mas quando abandonou o útero, ele começou a morrer...

No começo, não sentia o suave toque da morte, mas ela estava lá, desde respirou pela primeira vez...

No princípio, tudo era doce e mel, havia brincadeiras, descobertas, havia sorrisos por toda a parte...

Mas o tempo passa, o tempo, esse inimigo voraz que nos rói as entranhas, acaba com a carne, extirpa toda a força.
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O tempo é a morte
O apagar das luzes
O badalar dos sinos
O tempo é o fim
O fim da paixão
O fim da beleza
O fim da visão
O tempo é o sinal
O sinal que se apaga
Não é bom nem mau
O tempo é forte
O tempo é a morte
Vão de mãos dadas
Num pacto silencioso
Pelo caminho torto
Tocam todos os mortais
Num toque assombroso
O tempo é a extinção
O final do mistério
A última morada, o cemitério

36 comentários:

Anônimo disse...
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Defensor disse...

Desculpe Rui, tive que excluir seu comentário.

Volto a repetir: O MEU BLOGUE NÃO É PALANQUE ELEITORAL. Se quiser falar mal do PT, do PSDB, do PFL, ou de qualquer outro partido de pulhas (pois atualmente acredito que todos são farinha do mesmo saco) pode falar, mas identifique-se.

Outra coisa: quando aparecemos no blogue de alguém, devemos, no mínimo, comentar, em 1° lugar, sobre o que a pessoa postou, e depois sim podemos deixar um "recado".

Sinto muito Rui, não foi o que você fez. Aliás, creio que você sequer leu o meu post.

Não preciso de pseudo leitores que estão mais interessados em fazer baderna, ou em se auto-promover.

Desde jás agradeço a compreensão.

Anônimo disse...

Teu poema é polêmico. Ao mesmo tempo que o passar do tempo corrói a matéria, só o passar do tempo nos permite acumular experiências. Quem não se toca não aprende nada. Quem se toca verá correspondência nas pernas trôpegas da velhice com a sabedoria adquirida ao longo do caminho.

Defensor disse...

Tina: concordo que só com o tempo acumulamos experiências. É uma verdade absoluta. Aprender é o melhor que o tempo nos traz, mas também é verdade que ele é o nosso mais vigoroso inimigo...
Abraços

Anônimo disse...

Não tenho medo da morte,porque? quando deixamos, de viver na terra .É porque o que, nós tinhamos para fazer, aqui na terra ja foi feito.Aqueles que sabem da valor a vida, assim que nascem tem o dever ,de encinar tudo que aprendeu.Para os mais novos pelo menos eu penso assim.Minha avó sempre dizia que o que mas, gostava era de. Se lembra do tempo de criança, das artes que fazia. Por isso que ela,nunca viu o tempo como um .Inimigo porque? com ele ela trazia ,lembraças boas de sua infância.E hoje somos nós que temos essas lembranças, sejam boas ou ruins.Mais a temos dentro de nós...
Espero que eu não tenha fugido do assunto.

Jorge Sobesta disse...

Defensor,

Bela poesia, tétrica, mas bela.
Eu tenho uma filosofia : Acredito em uma vida depois dessa. Se eu quebrar a cara é porque estava certo, senão, tanto faz já estarei morto mesmo.

Um grande abraço.

Ricardo Campos disse...

Caro Defensor

Que fase é esta, meu caro? Eu sei que as coisas não estão nada boas, mas não podemos deixar de acreditar que é possível melhorar.

O tempo é assim mesmo. Desde que o tempo sincopado, marcado pelo relógio em função do trabalho, foi inculcado na mente das pessoas ele passou a ser o senhor absoluto da vida. Se ao menos nós pudéssemos viver o nosso próprio tempo...

Um abraço,
Ricardo Safra, estudante de Geografia

Roça disse...

Tentemos tornar esse tempo entre o nascimento e a morte o mais longo e melhor possível vivido!Depois da morte haverá tempo tambem?

Defensor disse...

Jorge Sobesta: também quero acreditar na vida depois da morte, mas só depois de morrer saberei ao certo, he he!

Ricardo Safra: é... não ando numa fase muito boa, mas não me entrego sem luta, JAMAIS!!!

Roça coisa é outra limpa: concordo. Devemos nos esmerar para fazer o melhor possível em vida!

Suzi disse...

Bem já se disse: "é preciso aprender a morrer muito mais que aprender a viver"...

Anônimo disse...

Caro amigo eu esqueci de colocar meu nome na minha resposta sou eu Cris de Palmares que falei la em cima que não tenho medo da morte

Defensor disse...

Suzi: quem aprende a morrer aprende a viver também...

Cris: eu já sabia que era você, reconheci seu estilo... Gosto de seus comentários, são bem autênticos. Apareça sempre!

Anônimo disse...

Defensor... o Tempo é a morte... mas é a morte em cada dia que mais me angustia, o tempo desaproveitado,a inautenticidade, o que se perde por alheamento de viver, ver, sentir... a minha ânsia de vida está a par com o respeito pelo tempo que tenho, pelo tempo que não tenho... por todos os livros que não vou ler, por todos os abraços que não vou ter... e, ciente disso, procuro respeitar o Tempo e aprender com ele.
... se a morte é o fim... acredito que seja o fim destas sombras de que nos alimentamos e com que nos deixamos iludir...
Um abraço forte e autêntico :)

Anônimo disse...

Cris de Palmares queria muito falar sobre no caminho com Maiakovski.Mas ainda não encontrei as palavras certas.

[[cleo]] disse...

Olá Defensor!
É verdade... mal nascemos, já começamos a morrer!
E a morte, é realmente o fim de tudo.
O tempo está sempre lá... está presente em todos os minutos de uma vida, desde o seu começo, até ao seu final!
Podemos então dizer:O tempo é a nossa verdadeira companhia.

Um beijinho soprado

Anônimo disse...

Pô velho, você tá bem?
Ultimamente seus posts tão meio, digamos, pra baixo...

Como disse o grande sábio e filósofo de nosso tempo, Capitão Picard, "o tempo nos lembra de aproveitarmos cada momento, pois eles não retornarão mais. A nossa mortalidade é que nos define, ela é a verdade da nossa existência" (Star Trek - Generations, circa 1994).

Para isso recomendo dosses cavalares de Yngwie Malmsteen's Rising Force - Now Your Ships Are Burned.

Se cuida,
hazzamanazz

Defensor disse...

Clarissa Septimus: Seus comentários sempre são oportunos!

Cris de Palmares: ...não se apresse, as palavras tem que vir naturalmente.

Cleopatra: cito Raul Seixa..."óh morte, tu que és tão forte, que matas o gato, o rato e o homem..." Dela não podemos escapar!

Hazzamanazz: Essa é a fase metal negro do Defensor. Tenho escutado muito doom metal - aquela coisa pesada, arrastada, com vocais sofridos, quase implorando pela morte - e, aliado a uma fase não muito boa (nada que umas cervas geladas não curem), sai isso que está no post.

Se bem, pelo que me lembro o nome do blogue é Defensor MALDITO!!!!
he he! Eu tava mesmo muito bonzinho!

Suzy disse...

Defensor talvez o tempo não seja tão ruim. É com ele que se ganha experiência, aprende-se enfim a jogar o jogo da vida. Ou talvez o aprendizado não se conclua, e talvez, só talvez, a morte não passe de uma transformação para outro tipo de estado mais livre, sem termos de carregar nem o próprio corpo, e assim, fica tudo bem mais leve...


Grande abraço

david santos disse...

Olá!
É verdade, Defensor, é o tempo.
Tenho um poema, publicado em livro, Editora Minerva, muito semelhante a este grande trabalho que aqui apresentas. ESPECTACULAR!
Heis algumas estrofes:

"Ah, maldito! Maldiro tempo!
Que me vais matando com o tempo,
a mim que não me vendi,
se fosses como o vento,
que vai passando, mas vendo,
mostrava-te o que já vi

Não queres ver, eu sei....
.....

Abraços.

Defensor disse...

Suzi: gostaria de ter a certeza de que a morte é apenas uma transformação para um estágio mais livre, como você falou...

Mestre Splinter: não me considero poeta, longe de mim. Perto de poetas de verdade, sou um miserável ninguém. De qualquer forma, agradeço suas palavras.
Ah... e se me pedisses um autógrafo eu não o daria mesmo, é contra minha filosofia.. he he!

David Santos: este sim, é um verdadeiro poeta, sempre com suas belas palavras. Tens o dom, meu amigo!

jguerra disse...

Tempo também é vida. É passagem obriatória e devemos alegrar-nos com isso. Por que vê-la de modo tão negativo?

Anônimo disse...

Pessimista, sim, mas não tenho nada a acrescentar. Só tenho a falar que gostei do blog. Seus posts são repletos de razão, não tem o que comentar.

bjão

Anônimo disse...

Defensor, hoje também me peguei pensando na morte. Até fiz um post, meio que na gozação. As vezes essa perspectiva de fazer, fazer e ter que deixar pra sempre me sufoca.

Beijos

Viole†† disse...

"é tempo de apagar as luzes!!"


fiquei feliz por entrar na "vip"


vlw!!!
até mais ..

Paloma disse...

Costumamos invocar o tempo como senhor da razão, achando que ele é a cura de todos os males. Embora eu prefira vê-lo assim, sei que, dentre outras coisas, ele também arrefece as paixões e não acho que isso seja bom...
Vim retribuir a visita!

Defensor disse...

JGuerra: não vejo o tempo de forma negativa... veja o texto na parte que escrevo:
O tempo é o sinal
O sinal que se apaga
Não é bom nem mau

Breyla: vale o que eu escrevi pro JGuerra aí em cima!

Priscylla: ainda não é tempo de apagar as luzes, espero que as minhas só se apaguem daqui há uns 40 anos... é 40 tá tom!

Paloma: dissestes uma verdade, o tempo arrefece as paixões. Definitivamente, isso não é bom. Mas para quem sabe manter-se sempre jovem talvez não apague as paixões tão facilmente! O Rock'n'roll ajuda!

Como já dizia o Made in Brazil: "Deus salva e o rock alivia!"

Defensor disse...

Bruna: quase ia te esquecendo. Li seu post, e creio que já sabendo que todos somos iguais, pelo menos na morte, deveríamos nos esforçar para tratar melhor o mundo e os seres que nele vivem!

Sujeito Oculto disse...

Mas o que distingue tempo de matéria, de energia e de espaço? Somos muito pequenos e ignorantes, nunca teremos a dimensão do que as coisas são. Nós somos o tempo, o espaço, a matéria e a energia. Como todo o resto.

Su disse...

És um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho
Tempo Tempo Tempo Tempo, vou te fazer um pedido
Tempo Tempo Tempo Tempo
Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos
Tempo Tempo Tempo Tempo entro num acordo contigo
Tempo Tempo Tempo Tempo
Por seres tão inventivo e pareceres contínuo
Tempo Tempo Tempo Tempo és um dos deuses mais lindos
Tempo Tempo Tempo Tempo
Que sejas ainda mais vivo no som do meu estribilho
Tempo Tempo Tempo Tempo ouve bem o que te digo
Tempo Tempo Tempo Tempo
Peço-te o prazer legítimo e o movimento preciso
Tempo Tempo Tempo Tempo quando o tempo for propício
Tempo Tempo Tempo Tempo
De modo que o meu espírito ganhe um brilho definido
Tempo Tempo Tempo Tempo e eu espalhe benefícios
Tempo Tempo Tempo Tempo
O que usaremos pra isso fica guardado em sigilo
Tempo Tempo Tempo Tempo apenas contigo e migo
Tempo Tempo Tempo Tempo
E quando eu tiver saído para fora do círculo
Tempo Tempo Tempo Tempo não serei nem terás sido
Tempo Tempo Tempo Tempo
Ainda assim acredito ser possível reunirmo-nos
Tempo Tempo Tempo Tempo num outro nível de vínculo
Tempo Tempo Tempo Tempo
Portanto peço-te aquilo e te ofereço elogios
Tempo Tempo Tempo Tempo nas rimas do meu estilo
Tempo Tempo Tempo Tempo

Caetano Veloso

Ana Gotz disse...

Rapaz, seu blog esta cada vez melhor e profundo!


Parabens!

Anônimo disse...

É defensor, na realidade a única certeza com a qual nascemos é q a morte virá.
Qd jovens essa idéia parece distante e acaba ignorada, conforme envelhecemos nos damos conta de q não podemos mais fazer planos para daqui a 20 anos, e então sentimos o tempo em contagem regressiva.

Klatuu o embuçado disse...

O tempo é morte... e vida... e ciclo: nascer, viver, morrer, nascer, viver, morrer... A morte não me preocupa... a reencarnação, sim.

Abraço.

Anônimo disse...

Apesar de toda a ciênca e desenvolvimento, até agora só os poetas conseguiram fazer as melhores definições para o tempo.

Os cientistas devem morrer de inveja.

Anônimo disse...

ciência.

Ricardo Rayol disse...

Ao toque do ceifador, cortam-se os destinos, abruptamente. E ao final seguimos caronte.

Tiane Fróes disse...
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