terça-feira, janeiro 30, 2007

SILÊNCIO
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Vejo teus olhos vazios, mirando paisagens remotas, sonhos distantes, esquecidos, corrompidos pelo não estar.

Vejo teu tempo passar, devagar, sem conforto, sem razão, nem inspiração.

Vejo teu silêncio, aterrador, um silêncio gritante, de misericórdia, sem futuro, um silêncio de dor.

Viver sem lutar, sem ânimo, sem alma, entregando-se ao lamento, ao sofrimento.

Tentei escutar tua voz, mas só escutei o vento.

Tentei sentir teu tempo, mas só senti solidão.

Tentei seguir teu olhar, mas só vi miragem, nenhuma paisagem.

Escuto teu silêncio que me esmaga, me faz sentir incapaz de te ajudar.

Um silêncio ofensivo. Silêncio cinzento. Esse silêncio de cólera, que me traga.

Um silêncio tão profundo, sem abrigo, que me faz estar só no mundo.

Um silêncio tão afiado assim é capaz de cortar.

Esse silêncio faz minha voz se calar.

36 comentários:

Su disse...

Não me exergue o tempo, não me escute os olhos, não me siga na falta de vida. Grite de lá do alto que eu me alço deste abismo.

Beijos!

Fragmentos Betty Martins disse...

Olá Defensor

Já Voltei:))

O meu comentário de hoje, tem que ser assim um simples – olá e um muito sentido – obrigada – pela visita na minha ausência.

Isto é para eu ter tempo de visitar a todos.

Beijos com muito carinho

Clarissa disse...

Amigo... este post está magnífico, tocante,arrepiante...
O silêncio que olha para o lado...
O silêncio que ignora estas realidades...
Ao meu silêncio gritante, só posso dar voz com a acção.
Um abraço forte.

Anônimo disse...

Pra bater teu poema só o Silêncio do Bergman, um filme muito bom, não perca. Liv Ullman e Brigit Andersen, acho. Não, esse é Persona, que é bom também.

Escorpiana Explosiva disse...

Muito obrigada pela visita e por ser um amigo de verdade em falar que havia erros nos 3 links fico muito grada por isso.
Belíssima imagem!
Quando estou só gosto de ficar no total silêncio, pois é através dele que surgi minhas belas palavras.
Em meu ponto de vista tem olhares que dizem tanta coisa alguns revelam seu comportamento no dia a dia outros,descreve seu caráter, outros descrevem a tua dor...
Tem coisas que muitas fezes é melhor se calar do que se incomodar.
Então deixe que o vento leve os problemas e que a luz do sol ilumine teu coração!

BEIOJO!

Um Poema disse...

Vim agradecer a visita. É muito bom conhecer novos espaços. Mas uma visita de alguém de Santos é particularmente gratificante.
Andei por aqui, lendo-te. Sempre que me for possível, voltarei.
Um abraço

Anônimo disse...

Olá defensor!
Pois... acabei agora mesmo de mudar. Não tinha alternativa, fui encostada á parede!

O Inverno da vida pode ser das coisas mais tristes da vida!
Na maioria dos casos, só o silêncio e a solidão marcam os longos minutos dos dias... um após outro...!

Muito bom, como todos os teus textos e poemas!

Um beijinho soprado

david santos disse...

Obrigado, Defensor.
Nós, os homens, somos todos isso. Tal como os marcadores: abandono silêncio e solidão. Se pensamos não sê-lo agora, o dia que mostrará tudo isso, chegará!
Este teu trabalho, embora muitas pessoas não o pensem, é a realidade de cada ser vivo.
Parabéns, grande poeta e grande amigo.
Abraços.

Kafé Roceiro disse...

Amigão,

Esse texto é incrível. Na verdade podemos interpretá-lo ao pé-da-letra ou viajar nas metáforas de suas linhas.
Profundo como tudo que postas.

abraços do Kafé.

Renata Livramento disse...

E silêncio é tudo o que tenho a oferecer diante de um poema tão lindo...mas este silêncio é de admiração!

Defensor disse...

Su: teu comentário tá bem louco!!! Um pouco de loucura pos estas paragens é bom!

Betty Branco Martins: Bom saber de seu regresso... estava a sentir tua falta!

Clarissa: o silêncio, por vezes, é arrepiante mesmo!

Escorpiana Explosiva: verdade.... muitas vezes só nos resta o silêncio, melhor do que palavras.

Um Poema: pelas tuas palavras fiquei imaginando se conheces Santos: cidade que abriga o maior porto da América Latina, Terra do time de futebol bi-campeão do mundo, que teve Pelé como um de seus expoentes. Daqui partiu D. Pedro para declarar a indenpendência do Brasil... Enfim, esta terra é repleta de história!

Cleo: acabei de voltar de teu blogue, parece que as coisas já foram consertadas. Muito bom! Não gosto de ser obrigado a nada, mas como também não tive alternativa... Já estou me acostumando com essa nova versão.

David Santos: teus comentários sempre me deixam a pensar... obrigado grande amigo!

Kafé Roceiro: dissestes a verdade. Prefiro viajar nas metáforas...

Renata: suas palavras são muito gentis, muito mais do que eu mereço. Obrigado!

Defensor disse...

Tina Oiticica Harris: O Silêncio do Bergman é aquele filme das irmãs? Se for esse já assisti, há muito tempo. Bem louco!

Unknown disse...

O silêncio tem o dom de nos ferir a alma, muitas vezes. Mas por vezes, um silêncio diz mais que muitas palavras vãs.
Adoro a tua escrita! De maldito não tens nada!

Beijinhos

Blogildo disse...

Já escrevi isso e tenho de me repetir. O post me lembra Shakespeare: "O resto é silêncio".

Já assistiu ao filme Muholland Drive? Lembra do Clube Silêncio?

Sujeito Oculto disse...

Gritos de desespero desesperam menos que um silêncio.

mac disse...

Por vezes o peso dum olhar fala mais do que mil palavras.

Anônimo disse...

Olhos vazios, mas loucos por gestos amigos, palavras afáveis e cuidados, coisas que quase sempre nos fogem do coração. Ao caminhar nas ruas e avenidas, preferimos ignorar esses olhares, é mais "fácil" fazer de conta que não há ninguém ali do que parar e conversar, ajudar, nem que seja com palavras amigas.

É triste, Defensor, mas tudo o que estamos passando agora, e ainda o inferno que provavelmente se instalará, somos culpados até a raiz da alma.

BeijUivooooooooooooossssssss da Loba

Viole†† disse...

Sinceramente está de parabéns, este texto é perfeito. espelhos da minha alma.


abraços.

Anônimo disse...

Olá caro poeta!
Gostei dos teus versos!
um abraço,
Cármen Neves.

Dark-me disse...

Nem sempre o silêncio é nosso amigo não é???!!
Como te compreendo!!!

Este post está simplesmente "divinal"!!!!!!

Dark kiss

Carlos Emerson Junior disse...

Alguém comentou acima que ficou impressionado com os marcadores: "abandono", "silêncio" e "solidão". O poema (e a foto, muito expressiva) nos fazem pensar mesmo no tempo que tivemos e no que ainda teremos...

Você é de Santos não é ? Fui funcionário da Cia.Docas de Santos de 1971 até 1980, quando terminou a concessão da família Paula Machado. E tenho um montão de parentes por aí! Um bela cidade, sem dúvida!
Um abraço

Suzy disse...

Defensor, é no silêncio que nos achamos e nos surpreendemos, para o bem ou para o mal.
Poema de grande impacto.
Grande abraço

Lord of Erewhon disse...

O primeiro desabrigo está no coração de quem, insensível, passa...

Abraço!

Anônimo disse...

''Escuta-disse o demônio, pousando a mão sobre a minha cabeça...''

Por que raios tu sempre me lembras Poe? Eras tu por acaso o Lince da caverna?

Hehe, baixaste o Azul Limão, brother? Se tu não viste o recado, eu fiz um link novo lá! Abração!!!

Defensor disse...

Vou começar pelo último comentário.

Mestre Splinter: “Escuta-me – disse o Demônio, pondo-me a mão sobre a cabeça – O país de que te falo é uma região lúgubre, na Líbia, nas margens do rio Zaire. Aí não existe nem paz nem silêncio.

“A águas do rio tem um tom doentio de açafrão; e não correm para o mar, mas fervilham para todo o sempre sob o olhar vermelho do Sol, com um movimento tumultuoso e convulsivo. Por muitos quilômetros das suas margens pantanosas se estende um pálido deserto de gigantescos nenúfares. Anelantes, suspiram uns para os outros, nesta solidão, e erguem para o Céu os seus enormes colos fantasmagóricos e inclinam para um lado e para outro as suas corolas perineais. De entre eles sai um rumor indistinto, semelhante ao correr de águas subterrâneas. E suspiram uns para os outros...
(Silêncio - Uma Fábula, Edgar Allan Poe)

Já postei esse conto logo no começo do blog.

Entretanto, apesar do título igual, pode-se perceber que não há semelhança entre os temas....

Lord of Erewhon: ...e ignora os pedidos da ajuda silenciosos.
Verdade, amigo!

Suzi Tude: O bem e o mal tem seus momentos de silêncio, sem dúvida.

Cejunior: Já morastes por aqui, então sabes do que falo. Já morei na Capital, em Minas, Itanhaém, mas não troco Santos por lugar nenhum. Aqui temos uma boa qualidade de vida, sem mencionar a praia, um refúgio quando queremos sair da selva de concreto.

Dark-me: Com certeza!

Carman Neves: obrigado pela visita. És bem-vinda, sempre!

Priscylla: ...então tens uma alma silenciosa...

Keila, a Loba: é como eu disse. Hoje em dia está mais fácil, e menos perigoso fazer amigos virtuais. O ser humano está se enclausurando, deixando de conhecer gente de carne e osso, para não correr o risco de se machucar. Amigos virtuais são importantes, mas nada substitui o calor humano.

Mac: verdade!

Sujeito Oculto: verdade, também!

Blogildo: pô... Shakespeare! Então eu deveria ter feito um soneto, he he!

Vera: O silêncio fere, realmente.

Anônimo disse...

Hehehe, perdão! Disse apenas que tu sempre me faz lembrar o Poe, nada mais...De fato não há similaridade alguma entre os textos...bom, talvez alguma...

E valeu pelas dicas: realmente já conhecia o Chinorocas, muito bom, mas o blog de clássicos foi bem oportuno! Chegaste a ver também a dica no 1º comentário, né?

No ''mp3real.ru'', disco solo do Victor Smolski (Rage) revisitando a obra de J.Sebastian Bach, O disco chama-se "Passion and Majesty", procure no S (Smolski,Victor)

Não baixei ainda, mas este eu vou conferir...
Valeu!!!

Anônimo disse...

Òtimo. Juntamente com a foto, arrepiante.

Anônimo disse...

''Re-Resposta''(tá bom, essa foi podre mesmo...)

Brother, essa droga de mensagem 'tá aparecendo direto mesmo...apareceu inclusive agora, qüando tentei entrar aqui outra vez. E durante a manhã toda, não consegui entrar em nenhum blog, nem mesmo no meu!

Até mesmo este ''comment'' foi um parto p'ra postar, pois qüando não dava erro no server, o código de confirmação não aparecia...

E reclamar p'ra quem?

Fragmentos Betty Martins disse...

Querido Defensor

Poema "palavras" inquietantes - duma inquietude que entra pelos nossos olhos todos os dias - no real quotidiano

Trabalho excelente

Essas__________e
milhares de outras ponderações
distendem-lhe os lucros do enregelado delírio
excitam-lhe a franja das mucosas quando os sentidos esfriam
com picantes temperos multiplicam-lhe espectáculos
numa profusão de espelhos

que irá fazer a aranha?
interromper o seu bordado?

num vórtice de espedaçados átomos
a gaivota – essa
já não a escuta
aquele rosto que o tempo-mal-trata
é um velho (nada vale)____________são vozes
arremessado por alísios
a um canto sonolento
inquilinos da morada – melancolia – solidão - abandono___________pensamentos de um cérebro gasto-perdido
seco
numa estação dessecada

na sombra expirava a voz prateada______________ do anjo...

Beijo com carinho

Laura disse...

Olá...
Entrei..Olhei..gostei e fiquei.. Que lindo, amoroso, belo, fascinante.. Me deixe sempre vir aqui e extasiar-me com seus encantos e cantos.. Um jinho para vc da laura..

Cavaleiro disse...

O silêncio é uma arma poderosa, pois no não dizer, já está td dito...

Abraço
Cav

Anônimo disse...

É, também não consegui baixar o Smolski, site russo do caralho!

É uma pena, o maluco que indicou é também guitarrista, com certeza sabia do que 'tava falando...

...'tá certo, ninguém sabe quem é o Victor Smolski mesmo...Hehehe...
Hail, Lord Defender! Até a próxima!!!

Anônimo disse...

Brincadeira, né? Óbvio...Quem não conhece o trabalho do Smolski(e do Rage, em contrapartida) deveria ter vergonha...

Laura disse...

Olá defensor!!
Acredito que se tivesses plenos poderes neste mundo, já não haveria injustiça nem quem sofresse.. Pena a realidade ser outra..
Estive em S. Paulo há quase dois anos, gostei, mas vim triste por ver tanta pobreza numa terra que tem tanto para dar.. Enquanto o homem for explorado pelo home..tera que ser assim...
Um dia as coisa irão mudar, e tudo voltará a ser como se quer.. Todos com pão, um lar, roupinhas, estudos e paz... Esse dia chegará, eu acredito que sim.. Beijinhos..

Lia disse...

Há silêncios e imagens que dizem tudo, até aquilo que preferíamos que ficasse por dizer ou esquecido.

Beijinhos

Anônimo disse...

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